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Usina na Alemanha espalha fumaça pelo ar. Países ricos se recusam a controlar a poluição | Pawel Kopczynski / Reuters
Usina na Alemanha espalha fumaça pelo ar. Países ricos se recusam a controlar a poluição| Foto: Pawel Kopczynski / Reuters

O mundo estará melhor se a reunião climática da ONU neste mês em Copenhague fracassar, afirmou um cientista da Nasa que ajudou a fazer os alertas sobre os perigos do aquecimento global.

Em entrevista ao jornal britânico Guardian, James Hansen afirmou que qualquer acordo resultante do evento será tão falho que, para as futuras gerações, seria melhor que as discussões fossem retomadas do zero.

"Seria melhor não acontecer, se as pessoas aceitarem esse como o melhor caminho, porque é um caminho desastroso", disse Hansen, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da Nasa, em Nova York.

"Toda a abordagem está tão fundamentalmente errada que é melhor reavaliar a situação. Se for uma coisa como (o atual Protocolo de) Kyoto, aí serão gastos anos tentando determinar exatamente o que significa."

Na quarta-feira, um documento assinado por China, Brasil, Índia e África do Sul rejeitou as principais metas propostas pela Dinamarca, como a redução pela metade das emissões globais de gases do efeito estufa até 2050, em comparação aos níveis de 1990.

Os países em desenvolvimento querem mais empenho dos países ricos na redução das suas emissões antes que haja metas globais, pois temem que isso transfira para si o ônus da ação, travando seu crescimento econômico.

Hansen se opõe fortemente aos esquemas de créditos de carbono, em que autorizações para poluir são compradas e vendidas. A União Europeia e outros governos consideram esse sistema como a melhor forma de reduzir emissões e "limpar" a matriz energética do mundo.

O cientista também é contra o plano do governo norte-americano para um sistema de limites e créditos para as emissões nos EUA. Ele prefere um imposto sobre o uso da energia.

Na opinião de Hansen, o combate à mudança climática não deixa margem para o tipo de concessão que costuma dominar a política mundial.

"Isso é análogo à questão da escravidão enfrentada por Abraham Lincoln ou a questão do nazismo enfrentada por Winston Churchill", afirmou. "Nesse tipo de questão, não se pode fazer concessões. Não se pode dizer 'Vamos reduzir a escravidão, vamos encontrar um acordo e reduzi-la em 50 ou 40 por cento'. Não temos um líder que seja capaz de captar isso e dizer o que é realmente necessário."

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