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Clientes esperam na fila para abastecer veículos em um posto de gasolina em Caracas, na Venezuela | Carlos Becerra/Bloomberg
Clientes esperam na fila para abastecer veículos em um posto de gasolina em Caracas, na Venezuela| Foto: Carlos Becerra/Bloomberg

A escassez de gasolina está aumentando nos arredores de Caracas depois que o presidente americano Donald Trump aplicou sanções que proíbem as compras de combustível venezuelano pelos Estados Unidos.  

Filas estão se formando nos estados a oeste da capital, como Portuguesa e Barinas, onde os motoristas agora dirigem por vastos trechos de estrada sem passar por um posto de combustível aberto e são forçados a estacionar em filas de uma hora para reabastecer seus tanques. Com medo de que a escassez esteja aqui para ficar, os motoristas também estão enchendo galões de plástico com combustível para armazenar em casa. 

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A Venezuela ainda está recebendo importações da Espanha e do Caribe, mas as chances são de que o combustível não será suficiente para atender à demanda local. Após as sanções americanas, funcionários da Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) estão tendo dificuldades para encontrar vendedores de produtos refinados, como a nafta, que são essenciais para manter sua indústria em funcionamento. 

Em janeiro, antes de o presidente Donald Trump aplicar essas novas medidas à Venezuela, quase ⅔ das importações de gasolina do país eram provenientes dos EUA. 

Com reservas de petróleo maiores do que a Arábia Saudita, a Venezuela há muito tempo vende a gasolina mais barata do mundo, custando menos de um centavo para encher um tanque. Mas anos de má administração, juntamente com a queda nos preços da commoditie em 2014, levaram a nação socialista a uma crise econômica marcada pela escassez de alimentos, hiperinflação e quebra nos serviços públicos. 

A utilização da refinaria da PDVSA na Venezuela, que tem a terceira maior capacidade da América Latina, caiu para 23% nesta semana, segundo uma pessoa com conhecimento da situação, enquanto as refinarias nos EUA trabalham com mais de 85% da capacidade. De um evento perto de Nova Delhi, o ministro do Petróleo, Manuel Quevedo, disse que o país não teve problema em fornecer gasolina na semana passada.

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Espera-se que as sanções agravem a escassez de combustível, que já se tornou comum à medida que a produção da PDVSA baixa para mínimos históricos e a falta de manutenção prejudica o sistema de refino do país. A situação estava crítica em dezembro, quando a escassez levou a filas sinuosas e tráfego na capital antes das férias de Natal. 

A Venezuela costumava obter combustíveis, principalmente transações de swap – onde fornecia petróleo bruto em troca de gasolina, diesel e diluentes – com trading houses como a Travigura Group Pte Ltd, a Litasco SA, o braço comercial da russa Lukoil PJSC e a Reliance Industries Ltd. A Trafigura e a Litasco suspenderam novos acordos comerciais com a PDVSA em meio a sanções. 

Enquanto isso, a produção de petróleo do país continuou a cair em janeiro, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Os dados do grupo, de fontes secundárias, mostraram produção em 1,11 milhão de barris por dia, uma queda de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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