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As mudanças que o presidente venezuelano Hugo Chávez pretende fazer na Constituição produziram mais do que preocupação dentro e fora do país. Os protestos têm se multiplicado. Nesta segunda-feira (5), surgiu o primeiro no meio militar.

A consulta popular foi marcada para 2 de dezembro e a campanha do governo começou no domingo, com a manifestação dos seguidores do presidente, chamada de "maré vermelha". Chávez discursou pedindo votos "sim" às reformas e até invocou o espírito do cacique Guaycaypuru, um indígena venezuelano que lutou contra os espanhóis.

O presidente quer a aprovação de 69 artigos da Constituição, que foram alterados e já aprovados pela Assembléia Nacional. Entre eles, o que acaba com o limite de reeleições do presidente, o que pode levar Chávez a ficar no poder por muito tempo.

Para o especialista em política internacional, Jorge Castro, as manifestações já ganharam o caráter de rebelião civil contra o regime chavista. Ele acha muito difícil o governo perder o plebiscito porque Chávez controla os setores de menor renda da população.

No domingo, o presidente ameaçou punir os canais de televisão, que, segundo ele, estão incitando a um golpe de estado, propondo manifestações até que ele caia, mas ex-aliados do presidente é que começam a acusar Chávez de planejar um golpe.

Universidade, igreja, classe média. A rejeição ao projeto de Hugo Chávez já uniu vários setores da sociedade venezuelana. Nesta segunda, por exemplo, o ex-ministro da Defesa, general Raul Baduel, convocou as Forças Armadas a estar em regime de alerta porque elas devem "servir à nação e não a um homem ou a um partido político".

Só a oposição não consegue se unir. Analistas afirmam que as forças oposicionistas estão prestes a cometer um grave erro de conseqüências imprevisíveis: o de orientar os eleitores a votar pela abstenção no dia do plebiscito.

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