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Ex-secretário das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, em foto de arquivo de 7 de março de 2018 | DANIEL LEAL-OLIVASAFP
Ex-secretário das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, em foto de arquivo de 7 de março de 2018| Foto: DANIEL LEAL-OLIVASAFP

O secretário das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (9), tornando-se o terceiro ministro a abandonar o governo de Theresa May em 24 horas.

Na última sexta-feira (6), Johnson promoveu um acordo entre os membros do gabinete sobre os planos de May para a saída da União Europeia (o brexit), num encontro que durou o dia todo. Depois, segundo o jornal The Guardian, Johnson decidiu não apoiar mais o acordo.

Um porta-voz do governo britânico afirmou: "Nesta tarde, a primeira-ministra aceitou a renúncia de Boris Johnson como secretário das Relações Exteriores. Seu substituto será anunciado em breve. A primeira-ministra agradece a Boris por seu trabalho". 

Sua renúncia ocorre após a saída do secretário do brexit, David Davis, e seu número dois no Departamento da Saída da EU, Steve Baker.

May, escolheu o deputado Dominic Raab, pró-brexit, para o posto deixado por Davis. O ex-secretário disse que não podia apoiar o plano da primeira-ministra de manter ligações comerciais e regulatórias com a União Europeia após a saída do Reino Unido do bloco. 

As renúncias são uma derrota política para May, especialmente a de Johnson, que era o rosto da campanha pró-Brexit. Com isso, a crise do governo se aprofunda e aumentam as chances de que May seja retirada do cargo pelo Congresso.

Leia também: Reino Unido perderá R$ 220 bi e 500 mil empregos com 'brexit', diz estudo

A saída do Reino Unido do bloco está marcada para 29 de março de 2019, e a UE vem advertindo o país de que o tempo para chegarem a um acordo está terminando. 

Saída da UE

Os britânicos decidiram em um plebiscito em junho de 2016 que deixariam o bloco. Desde então, Londres e Bruxelas vem tentando fazer um acordo para entrar em vigor após a separação, mas as negociações tem avançado com dificuldade. 

Entre os principais pontos de discussões está o acesso que os britânicos terão ao mercado europeu e a questão da fronteira entre a Irlanda (país independente que faz parte da União Europeia) e a Irlanda do Norte (parte do Reino Unido). 

May propôs um tratado para a criação de uma área de livre comércio com a União Europeia e se comprometeu a manter no território britânico uma série de regras do bloco, o que irritou a ala do partido que defende um brexit mais radical.

A primeira-ministra Theresa May está dividida sobre a estratégia que utilizará nesta separação: manter relações próximas com a UE, agradando empresários, ou romper completamente com o bloco, evitando ser acusada de traição por puristas do Brexit. 

Empresários também estão perdendo a paciência com a falta de progresso nas negociações. Algumas multinacionais, como a BMW e a Airbus, já afirmaram que novos investimentos no país estão sendo revisados e que se um acordo com a UE não for fechado, elas poderiam realocar a produção.

Possibilidade de não haver acordo

May afirmou hoje em discurso no Parlamento britânico que há a possibilidade de diversos resultados nas negociações do Brexit, inclusive o de não se chegar a um acordo. 

"Se a União Europeia continuar neste caminho, há um sério risco de desordenado 'não acordo' para o Brexit", afirmou, acrescentando que as ofertas da UE para o Brexit são inaceitáveis. 

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