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O governo do Iêmen e os rebeldes xiitas do norte do país definiram nesta quinta-feira uma trégua destinada a encerrar um conflito que estoura periodicamente desde 2004 e acaba envolvendo a vizinha Arábia Saudita, segundo ambas as partes.

O cessar-fogo entraria em vigor à 0h de sexta-feira (19h de quinta-feira em Brasília).

O governo iemenita, que ao mesmo tempo enfrenta a Al-Qaeda e separatistas no sul, além da insurgência xiita do norte, vinha havia dias trocando propostas com os rebeldes.

"Decidimos parar as operações militares na região noroeste a partir de meia-noite de hoje", segundo uma nota do governo transmitida por veículos estatais. "Isso é para interromper o derramamento de sangue, trazer a paz à região noroeste e devolver os desabrigados às (suas) aldeias."

O líder dos rebeldes, que se queixam de discriminação social, religiosa e econômica, também determinou que suas forças acatem o cessar-fogo.

"De acordo com o que foi acertado, Abdel-Malik Badreddin al Houthi emitiu instruções a todas as frentes e locais de combates para pararem os disparos, coincidindo com o prazo anunciado pelo governo", informou a nota dos rebeldes.

As múltiplas turbulências no Iêmen causam preocupação no Ocidente e na Arábia Saudita de que o país mais pobre da Península Arábica poderia se tornar um "Estado falido", que serviria de base para ataques da Al Qaeda.

Em dezembro, um nigeriano acusado de tentar explodir um voo entre a Holanda e os Estados Unidos confessou ter ligações com a Al Qaeda iemenita.

Um analista se disse otimista com a perspectiva da trégua. "Parece real, foi preparado há semanas. Ambas as partes parecem genuinamente comprometidas", afirmou o analista político independente Abdul-Ghani al Iryani.

A Arábia Saudita entrou nesse conflito em novembro, quando rebeldes capturaram parte do território do reino, queixando-se de que Riad permitia seu uso por tropas iemenitas.

O governo saudita declarou no mês passado vitória sobre os insurgentes, depois que estes ofereceram uma outra trégua e anunciaram que deixariam o território saudita. Os rebeldes dizem, no entanto, que bombardeios aéreos sauditas continuaram acontecendo.

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