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O governo do Brasil envia nesta quarta-feira (30) um segundo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para Paramaribo (capital do Suriname) para buscar brasileiros feridos e outros interessados em deixar o país vizinho. Também seguirão para lá uma funcionária da Secretaria Especial de Atenção Mulher, para dar assistência às brasileiras vítimas de violência, e uma diplomata especializada em temas consulares.

Há seis dias, brasileiros que vivem no Suriname sofreram uma ataque, que deixou 25 feridos. Também há denúncias de que algumas pessoas estão desaparecidas.

O ministro interino de Relações Exteriores, Antônio Patriota, afastou nesta terça-feira (29) a possibilidade de novos ataques contra brasileiros na região. Segundo ele, o governo surinamês intensificou a segurança e garantiu que o ataque na véspera de Natal foi um ato isolado.

Patriota disse que 17 brasileiros que estão no Suriname demonstraram interesse em retornar ao Brasil no voo que sairá nesta quata-feira de Belém (Pará) para buscá-los. O horário de partida da aeronave será definido até a manhã desta quarta-feira (30).

Na relação dos brasileiros que deixarão o Suriname estão os cinco feridos que ainda estão hospitalizados inclusive um homem com risco de amputação de um dos braços em decorrência de cortes provocados por facão e outro que está com ferimentos graves na mandíbula.

O ministro confirmou ainda que de 10 a 20 mulheres entre brasileiras e estrangeiras foram vítimas de estupro na noite do último dia 24, quando quilombolas surinameses, chamados de marrons, atacaram cerca de 200 brasileiros e chineses que viviam na região de Albina, a 150 quilômetros de Paramaribo.

O padre José Virgílio da Silva, que dirige a rádio Katólica e deu assistência aos brasileiros vítimas do ataque, afirmou que há pelo menos sete desaparecidos inclusive brasileiros. De acordo com relatos de brasileiros que moram no Suriname, quilombolas surinameses teriam matado e jogado os corpos das vítimas nos rios e matas da região.

Patriota não rebateu as informações, mas optou pela cautela. Não estou afirmando que não haja desaparecidos. Estamos observando as informações com cautela. Até o momento, não houve comprovação [sobre os desaparecidos].

O ministro interino reiterou o que o embaixador do Brasil em Paramaribo, José Luiz Machado e Costa, havia dito Agência Brasil sobre o esforço do governo para documentar os cerca de 15 mil brasileiros que vivem no Suriname. Segundo Patriota, há cinco anúncios diários nas rádios locais chamando os brasileiros para fazer o cadastramento.

De acordo com as autoridades brasileiras, a maioria dos brasileiros que vive no Suriname é ilegal. Há informações de que além da área de garimpo, eles também estejam envolvidos com prostituição e tráfico de drogas. Apesar disso, Patriota negou que haja resistências da população e do governo surinameses aos brasileiros.

O que nos foi dito [pelas autoridades surinamesas] é que a comunidade brasileira é muito bem vista e que há uma predisposição positiva, afirmou Patriota. Segundo ele, há um conselho de cidadãos, formado por 16 brasileiros voluntários, que funciona de forma intensa no Suriname.

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