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Moradores da cidade de Pacaraima (RR) queimam pneus e pertences de imigrantes venezuelanos depois de atacar dois abrigos provisórios, em 18 de agosto | ISAC DANTES/ AFP
Moradores da cidade de Pacaraima (RR) queimam pneus e pertences de imigrantes venezuelanos depois de atacar dois abrigos provisórios, em 18 de agosto| Foto: ISAC DANTES/ AFP

Mais 120 homens da Força Nacional de Segurança e 36 voluntários na área de Saúde deverão seguir para Pacaraima (RR), após os tumultos entre imigrantes venezuelanos e moradores brasileiros ocorridos neste sábado, 18. As medidas foram decididas em reunião do presidente Michel Temer com um grupo de ministros, concluída na tarde deste domingo, 19. A informação consta na nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

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"O Governo Federal continua em condições de empregar as Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem em Roraima", informa o texto. "Por força de Lei, tal iniciativa depende da solicitação expressa da Senhora Governadora do Estado." 

Os 120 homens da Força Nacional seguirão em duas etapas: 60 já estão em prontidão em Brasília e mais 60 poderão seguir nos próximos dias. Os 36 voluntários na área de saúde atuarão no atendimento aos migrantes, em parceria com hospitais universitários. 

Na reunião, ficou decidido também que os esforços de interiorização de venezuelanos para outros estados serão intensificados. Isso deverá reduzir a pressão sobre Roraima, que tem sido a principal porta de entrada para os migrantes do país vizinho. Grupos já foram enviados para São Paulo, Mato Grosso, Brasília entre outros. 

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Será criado um "abrigo de transição" em Roraima, entre Boa Vista e Pacaraima, para dar suporte aos imigrantes enquanto eles aguardam a interiorização, "de forma a reduzir o número de pessoas nas ruas", diz a nota. 

Ficou decidido também que uma comissão interministerial seguirá para Roraima, "para avaliar medidas complementares, que se somarão às anteriores já tomadas." 

Amanhã será realizada uma nova reunião para "concluir as negociações para o início das obras do 'linhão' que permitirá a integração do Estado de Roraima ao sistema elétrico nacional." O Estado utiliza energia gerada na Venezuela, mas têm sido frequentes os "apagões". 

"O Governo Federal, atento à segurança e ao bem-estar dos brasileiros de Roraima, tem envidado esforços abrangentes para apoiá-los, reduzindo o impacto do afluxo migratório sobre a população local", diz a nota, acrescentando que o presidente Michel Temer esteve no Estado por duas vezes. 

Segundo a nota, as providências já adotadas para lidar com a crise humanitária na fronteira somam mais de R$ 200 milhões. Estão nesse cálculo a construção de dez instalações para abrigar temporariamente os venezuelanos, das quais duas estão prestes a ser concluídas, o processo de interiorização e o ordenamento da fronteira, "com controle e triagem adequados, e com a ampliação da presença da União nas áreas social e de segurança." 

A nota informa ainda que o Itamaraty está em contato com autoridades venezuelanas. "No dia de ontem (sábado), esse diálogo serviu, também, para que cerca de trinta brasileiros, que se encontravam em território venezuelano, pudessem retornar em segurança ao Brasil."

A Venezuela pediu ao governo brasileiro que proteja seus cidadãos após os ataques. Como as autoridades brasileiras afirmaram que não iriam interferir na situação, o governo venezuelano entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil para solicitar as "garantias correspondentes aos nacionais venezuelanos" e pedir que o governo "tome as medidas de proteção e segurança de suas famílias e bens".  

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