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O governo francês deu início nesta terça-feira (14) a uma ofensiva para tentar legitimar a suposta violação de sigilo de fonte jornalística, denunciada na segunda-feira pelo jornal Le Monde. A publicação diz ser vítima de uma violação da liberdade de imprensa promovida pelo presidente Nicolas Sarkozy.

Ministros, diretores de polícia e de órgãos de espionagem vieram a público defender o governo, que alega ter investigado o vazamento de informações, não o informante do jornal. Dirigindo-se ao Parlamento, o ministro do Interior, Brice Hortefeux, responsável pelos órgãos de inteligência, disse que investigar o vazamento é "dever" do Estado.

"Não houve nenhuma ordem, nenhum pedido do Palácio do Eliseu, em nenhum nível, não houve nenhum pedido de escuta telefônica", afirmou. Segundo Hortefeux, a iniciativa da presidência teria como objetivo identificar e afastar um funcionário "desleal", em uma "missão de proteção da segurança".

Em nota, Frédéric Péchenard, diretor da Direção Central de Informação Interior, órgão responsável pela espionagem, disse que a iniciativa tem como base a hipótese de "investigação de pessoa qualificada", circunstância que autoriza a espionagem.

Desmentido

A justificativa, porém, foi desmentida ontem ao Le Monde pelo diretor-geral de um órgão de corregedoria, a Comissão Nacional de Controle das Intercepções de Segurança (CNCIS), Rémi Récio. "O caso específico não pode passar como investigação de ‘pessoa qualificada’ porque essa investigação só pode ocorrer em casos de prevenção ao terrorismo", disse. "Ela também não está no escopo das investigações autorizadas pela CNCIS."

Além disso, o caso não diz respeito ao governo, mas à União por um Movimento Popular (UMP), partido de Sarkozy, que seria beneficiado pelo esquema de financiamento ilegal de campanha montado pelo ministro do Trabalho, Eric Woerth. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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