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O governo norte-americano está redigindo uma carta ao Irã, a ser remetida em nome do presidente Barack Obama, a fim de descongelar as relações bilaterais e permitir um diálogo direto, disse na quinta-feira o jornal britânico Guardian.

O Departamento de Estado prepara o texto desde a eleição de Obama, em novembro, segundo a reportagem. Seria uma resposta à carta de congratulações enviada pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, depois da vitória do democrata nas urnas.

A carta dá garantias de que os EUA não têm intenção de derrubar o regime islâmico iraniano, e sim alterar o seu comportamento, segundo o jornal. Seria eventualmente destinada ao povo iraniano e remetida diretamente ao líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, ou então seria divulgada como carta aberta.

Em Washington, uma fonte do Departamento de Estado disse que a política dos EUA em relação ao Irã está sendo revista, e não quis comentar a possível carta. "Nenhuma decisão sobre qualquer iniciativa política específica foi decidida ainda pelo Departamento de Estado", disse a fonte, pedindo anonimato.

O Guardian afirmou que a carta está sendo considerada pela secretária de Estado Hillary Clinton como parte de uma revisão da política para o Irã. A decisão de enviá-la ou não só deve ser tomada quando tal revisão estiver completa.

Washington rompeu relações com Teerã logo depois da Revolução Islâmica de 1979, quando estudantes realizaram um sequestro de mais de um ano na embaixada norte-americana.

As suspeitas norte-americanas de que o Irã desenvolve armas atômicas - o que Teerã nega - e a presença de milhares de soldados norte-americanos em dois países fronteiriços ao Irã (Iraque e Afeganistão) são os principais empecilhos à retomada das relações nos últimos anos.

O novo governo dos EUA disse que Obama, que tomou posse há nove dias, pretende manter um diálogo direto com Teerã, ao contrário de seu antecessor, George W. Bush.

Mas a nova administração democrata alerta também que manterá a pressão para que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio, conforme determinado pelo Conselho de Segurança da ONU.

Um assessor de Ahmadinejad disse na quarta-feira à Reuters que o Irã não pretende restringir suas atividades nucleares.

"Não temos atividades não-pacíficas a serem suspensas. Todas as nossas atividades são pacíficas e sob a supervisão da AIEA", disse o consultor presidencial Aliakbar Javanfekr.

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