Pelo menos 12 guerrilheiros morreram na madrugada do domingo na Colômbia em um ataque surpresa das Forças Armadas contra um grupo que fazia a segurança de Alfonso Cano, o líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A ofensiva, uma das mais contundentes na campanha de perseguição a Cano, cujo nome real é Guillermo León Sáenz, ocorreu à 1 h (horário local) em uma zona montanhosa do departamento de Tolima, no sul do país, poucas horas depois de pelo menos quatro pessoas terem morrido em uma ação da guerrilha em outra região colombiana.
Segundo um porta-voz da Polícia Nacional, dois membros da instituição e dois civis morreram no sábado na localidade de Suárez, no departamento de Cauca, no sudoeste do país, por um ataque da guerrilha das Farc.
O presidente colombiano, Alvaro Uribe, destacou que no ataque contra os grupos que rodeiam Cano, que ocorreu a uns 2.500 metros acima do nível do mar, morreu uma guerrilheira conhecida como Mayeri, que teria sido responsável pela morte de 70 soldados e policiais nos últimos oito anos.
"Essa coluna fazia parte do anel de segurança do narcoterrorista Alfonso Cano", afirmou Uribe em uma declaração. "As Forças Armadas estão fazendo um esforço imenso para devolver a este país a paz e a segurança."
Uribe deixará o poder em 7 de agosto, quando tomará posse Juan Manuel Santos, seu ex-ministro da Defesa. As Farc são a principal guerrilha da Colômbia e contra as quais o governo do presidente Álvaro Uribe dirigiu sua política de "segurança democrática", que lida com mão-de-ferro com os grupos armados ilegais. Segundo estimativas oficiais, as Farc passaram de 17.000 combatentes no fim dos anos 1990 a 7.500 atualmente.
Em outro conflito, dez soldados colombianos morreram ontem em batalha na província de Arauca, fronteira com a Venezuela. Os confrontos no centro e no Leste da Colômbia ocorreram um dia depois de três outros ataques atribuídos às Farc, que mataram três policiais, dois soldados e dois civis.
Indenização
Ainda ontem, o advogado da ex-senadora e ex-refém das Farc Ingrid Betancourt divulgou nota em que afirma não ter processado o Estado da Colômbia e estar procurando uma "reconciliação".
Na sexta-feira, Ingrid disse estar pedindo indenização ao governo de US$ 6,5 milhões por ter sido sequestrado e mantida em cativeiro por seis anos.
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