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Gaza – Milicianos do movimento islâmico radical Hamas ampliaram sua ofensiva contra o grupo Fatah, tomando mais posições do rival e consolidando seu controle sobre a faixa de Gaza, num conflito que deixou 81 mortos em cinco dias e colocou os palestinos perto da guerra civil. A superioridade dos fundamentalistas no confronto ficou clara ontem nos ataques às principais bases de segurança do Fatah, cujas forças tiveram que fugir desordenadamente.

No início da noite, após um dia de batalhas que deixaram 33 mortos – entre eles um adolescente numa marcha pela paz e um colegial que saía de um exame –, o primeiro-ministro Ismail Haniyieh (Hamas) e o presidente Mahmoud Abbas (Fatah) tentaram restaurar a calma.

Os dois divulgaram um comunicado conjunto pedindo o fim dos confrontos, mas havia pouca esperança de que fossem atendidos – apelos semelhantes não deram resultado.

A luta pelo poder palestino, pelo menos nos últimos dias, estava fora dos gabinetes, nos confrontos que aterrorizaram a população de Gaza e demonstraram o avanço do Hamas para controlar a pequena faixa de terra costeira, que abriga 1,4 milhão de pessoas em uma área de 360 km2.

Fatah neutralizado

Militantes do Hamas praticamente neutralizaram a autoridade das forças de segurança do Fatah em Gaza, desferindo ataques frontais as suas bases, mantendo patrulhas nas ruas sem serem ameaçados e assumindo o controle de grandes áreas. No processo, civis tentavam se proteger do fogo cruzado, acompanhando impotentes o início de uma guerra civil que poucos parecem entender.

Fayez Abu Taha, 45 anos, empresário da cidade de Rafah, no sul de Gaza, ficou encurralado em seu apartamento com a família quando milicianos do Hamas tomaram posições em um prédio vizinho e abriram fogo contra forças do Fatah que estavam no terraço do seu edifício.

"Nem sei pelo que eles estão lutando’’, disse. "Posso ver as balas voando da minha janela, de um lado para o outro.’’

O presidente Abbas, cuja ausência de Gaza tem sido duramente criticada, parecia tão impotente quanto a maioria dos palestinos. Em uma entrevista concedida em Ramallah, na Cisjordânia, chamou a luta de "loucura’’, enquanto membros do Fatah em Gaza o acusavam de tê-los deixado sem comando e recursos para responder ao avanço do Hamas.

Num humilhante sinal de derrota, 40 membros da segurança do Fatah cruzaram a fronteira e fugiram para o Egito.

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