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Presidente da França, Emmanuel Macron
Presidente da França, Emmanuel Macron| Foto: EFE/EPA/PHILIPPE DESMAZES / POOL MAXPPP OUT

Damien Tarel, o homem de 28 anos que deu um tapa no rosto do presidente da França, Emmanuel Macron, na última terça-feira, durante uma viagem oficial ao sul do país, passará a cumprir pena a partir desta quinta, após ser condenado a 18 meses de prisão.

Apesar de ter sido condenado a 1 ano e meio de prisão pelo Tribunal de Valence, Tarel vai cumprir apenas quatro meses. O Ministério Público havia pedido 18 meses de prisão, além da suspensão por cinco anos do seu direito de votar, proibição de acesso às armas durante esse período e também proibição de exercer funções públicas.

O procurador considerou a bofetada um ato de humilhação com que Tarel pretendia degradar a imagem do presidente e disse não "compreender as razões" que motivaram o ato. Além disso, considerou que existia o risco de reincidência, diante uma atitude de "determinação fria" que tinha sido exposta, de acordo com o jornal "Le Monde".

O jovem, que estava desempregado, foi condenado em um julgamento realizado dois dias depois da agressão, que acompanhou o grito de guerra que continua a ser utilizado pela direita monarquista: "Montjoie Saint-Denis!" e "Abaixo a Macronía!" O ataque provocou a reprovação unânime de toda a classe política francesa e declarações de solidariedade ao presidente.

Tarel foi preso juntamente com outro homem, que será julgado no segundo semestre de 2022. Nenhum deles tinha antecedentes criminais. Eram amigos e companheiros em várias associações locais de artes marciais, fãs da Idade Média e do universo mangá. O advogado de Tarel disse aos meios de comunicação, antes da decisão judicial, que seu cliente reconhece que seu comportamento foi agressivo e que não repetirá os atos.

"Ato estúpido e violento"

Macron, que decidiu não denunciar o agressor, por sua vez, descreveu a agressão hoje em entrevista à emissora de TV "BFM" como um ato "estúpido e violento". Ele não quis entrar na polêmica sobre a violência na política e preferiu definir o que aconteceu como "um ato isolado". "Devemos relativizar, mas não banalizar, qualquer cargo público merece respeito", disse.

Macron insistiu que "a verdadeira violência é a dos feminicídios, daqueles que são agredidos quando voltam para casa", e afirmou que o que percebe no país neste momento é um "otimismo" para o retorno à vida e ao trabalho após o fim gradual de grande parte das restrições devido à pandemia da Covid-19.

"Uma sociedade democrática é aquela que permite a crítica, manifestações, o voto e isso é um tesouro. A contrapartida disso é o respeito e o fim da violência", acrescentou.

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