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O governo interino de Honduras alertou o presidente deposto do país Manuel Zelaya que se mantenha afastado, mas indicou que pode adotar postura mais conciliadora nas negociações marcadas para esta sexta-feira com a Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a crise no país.

Roberto Micheletti, chefe do governo interino instaurado após um golpe militar, disse estar contente com a chance de conversar com o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que deve chegar a Honduras na sexta-feira com um ultimato. Ou Zelaya é restaurado no poder ou o país será suspenso da entidade.

Micheletti disse que pode estar aberto à antecipação da eleição presidencial ou até mesmo a um plebiscito sobre a volta de Zelaya para cumprir os quatro meses restantes de mandato, caso isso acalme a condenação global à deposição dele.

Insulza demonstrou cautela, no entanto, e disse a jornalistas na quinta-feira que duvida ser possível resolver a crise em apenas uma visita.

"Não posso dizer que estou confiante", disse ele na Guiana. "Farei tudo que puder, mas acho que será bastante difícil mudar as coisas em poucos dias."

A OEA, que agrupa a maioria dos países das Américas, entre eles os Estados Unidos, é uma organização simbólica que promove a paz e a justiça, mas tem poderes limitados.

A nova administração hondurenha tem rejeitado qualquer tentativa de trazer Zelaya de volta ao país. Zelaya foi deposto em um golpe durante a madrugada por conta das disputas sobre os limites para a reeleição presidencial no país. É a pior crise na América Central desde a invasão do Panamá pelos Estados Unidos em 1989.

"Pela paz e tranqüilidade do país, eu prefiro que ele (Zelaya) não volte", disse Micheletti a uma emissora de rádio hondurenha na quinta-feira. "Não quero sequer uma gota de sangue derramada no país", acrescentou. Ele também acusou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, de orquestrar as movimentações de Zelaya.

Mais cedo, Micheletti disse que estaria "totalmente de acordo" com a antecipação da eleição presidencial marcada para 29 de novembro. "Não faço objeção, se for uma forma de resolver esse problema", disse ele, acrescentando que a realização de um referendo sobre a volta de Zelaya para terminar o que resta do mandato também é uma possibilidade, embora sua realização imediata seja difícil.

Da Venezuela, Chávez disse estar em contato com pessoas de dentro e de fora de Honduras para discutir a crise a ajudar a evitar um "derramamento de sangue". Zelaya irritou setores tradicionais hondurenhos por conta de sua aliança com Chávez.

"Estamos em contato com pessoas de dentro (de Honduras) e de várias partes do mundo", disse Chávez. "É claro que alguns querem fazer mais, mas esse país tem sua soberania e temos que respeitá-la. Não somos uma nação intervencionista".

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