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Protestos em Hong Kong
Homem é levado pela polícia durante um protesto no distrito central de Hong Kong| Foto: Nicole Tung/Bloomberg

Hong Kong passou por um de seus dias mais violentos desde o início dos protestos em junho. Nesta segunda-feira (11), um manifestante pró-democracia foi baleado por um policial e em outro lugar da cidade um homem que discutia com manifestantes foi imolado.

O caos começou cedo, quando manifestantes começaram a paralisar os transportes, ainda irritados após a primeira morte relacionada a protestos na sexta-feira. Uma briga aconteceu do lado de fora de uma estação de metrô, na qual um policial atirou em um manifestante à queima-roupa. O momento da agressão foi capturado em um vídeo que viralizou rapidamente. A vítima está em terapia intensiva.

O tiroteio gerou mais protestos. Manifestantes bloquearam estradas em um dos principais distritos comerciais de Hong Kong. A polícia disparou gás lacrimogêneo para desmobilizá-los, levando a cenas caóticas de funcionários de escritórios entrando em shoppings de luxo para lavar os olhos com água.

A polícia defendeu o policial que disparou contra o manifestante, mas suspendeu outro que deliberadamente atropelou com sua motocicleta um grupo de manifestantes. A polícia disse ainda que boatos de que as autoridades ordenaram que os policiais usassem suas armas de fogo "à vontade" eram "totalmente falsos e maliciosos".

Ao mesmo tempo, surgiu um vídeo de um homem que foi encharcado com gasolina e queimado. Hu Xijin, editor do jornal estatal Global Times da China, disse que a vítima "discordava abertamente dos manifestantes radicais" no momento do ataque". Ele está atualmente em estado crítico, de acordo com as autoridades do hospital, que disseram que quase 50 pessoas ficaram feridas.

Escalada da violência

Os vídeos chocantes levantaram temores de que as coisas pudessem piorar, já que os protestos pró-democracia não mostram sinais de diminuir mesmo após cinco meses de manifestações, cada vez mais violentas, contra o domínio de Pequim sobre a cidade autônoma.

As ações de Hong Kong registraram na segunda-feira sua maior perda em cerca de três meses, os bancos dispensaram os funcionários para casa mais cedo e o Hong Kong Jockey Club fechou todas as agências de apostas fora do curso, ressaltando os temores de uma economia já em recessão.

"Temos medo de que a escalada seja realmente de ambos os lados, mas mais do lado da polícia", disse Fernando Cheung, legislador pró-democracia que mediou entre polícia e manifestantes durante os distúrbios da cidade. "Isso se tornará mais caótico e mais violento - parece inevitável".

O governo de Hong Kong pediu em um comunicado na segunda-feira à tarde que os manifestantes permaneçam "calmos e racionais". A chefe-executiva Carrie Lam, cuja iniciativa de introduzir legislação que permitisse extradições para a China continental provocou os protestos, disse na segunda-feira que a violência não a levaria a fazer concessões.

Morte

A violência revigorada seguiu um fim de semana de manifestações que resultaram em quase 90 prisões. Manifestantes enfureceram-se com a morte de um estudante que foi ferido no início de um confronto recente entre polícia e manifestantes. Eles vandalizaram lojas e estações de trem, jogaram coquetéis molotov em uma delegacia, bloquearam estradas e atiraram objetos contra a polícia.

"A polícia reitera que nenhum comportamento violento será tolerado", afirmou a polícia em comunicado. "A polícia continuará a tomar medidas resolutivas para garantir a segurança pública da cidade e levar todos os infratores à justiça".

O estudante que morreu na sexta-feira sofreu uma lesão cerebral depois de cair de uma garagem perto de uma manifestação em que a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. As autoridades da polícia de Hong Kong negaram relatos de que os policiais haviam perseguido e empurrado o estudante.

No fim de semana, a China reiterou que garantiria que apenas as pessoas leais ao governo central assumissem a liderança em Hong Kong. A maioria dos representantes nos órgãos de gabinete, judiciário e legislativo de Hong Kong também deve apoiar o governo central, disse Zhang Xiaoming, o principal oficial da China que supervisiona os assuntos de Hong Kong.

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