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Rainha Elizabeth II com o príncipe Philip, que foi internado e não participou das festas de ontem do Jubileu de Diamante | John Stillwell/AFP
Rainha Elizabeth II com o príncipe Philip, que foi internado e não participou das festas de ontem do Jubileu de Diamante| Foto: John Stillwell/AFP

Republicanos

Antimonárquicos protestam contra celebração real

Em meio à onda real vivida pela Grã-Bretanha durante as comemorações do jubileu de diamante da rainha Elizabeth II, um pequeno grupo de manifestantes antimonárquicos tentou fazer sua voz ser ouvida. Centenas de manifestantes se reuniram ao sul do rio Tâmisa, de Londres, acenando cartazes com dizeres como "Citizens, not subjects" (Cidadãos, não súditos) e "We want a vote, not a boat" (Queremos voto, não um barco).

O protesto, no entanto, foi abafado pelas centenas de milhares de pessoas presentes para apreciar o evento, que vaiaram os manifestantes e começaram a cantar o hino nacional "God Save the Queen" (Deus Salve a Rainha).

"Estamos lutando pela democracia", disse Andrew Child, diretor da campanha do grupo República, através de um megafone. "A rainha é uma mulher que não paga quase nenhum imposto. Ela poderia mostrar que entende o sofrimento de seus súditos pagando mais impostos", afirmou Child.

Show Reservado

12 mil pessoas conseguiram ingresso especial por meio de sorteio para o show musical em homenagem à rainha.

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  • Nacionalismo britânico marcou
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  • O Jubileu teve como ponto alto o ex-Beatle Paul McCartney

A hospitalização ontem do­­ príncipe Philip devido a uma­­ infecção na bexiga ofuscou­­ o Jubileu de Diamante de Eli­­zabeth II. O duque de Edim­­burgo, que completará 91 anos­­ no próximo domingo, foi­­ internado em Londres no ter­­ceiro e penúltimo dia da ma­­ratona festiva como "medi­­da de precaução após sofrer uma infecção na bexiga, que está sendo tratada", anunciou o Palácio de Buckingham em comunicado.

O duque acompanhou no­­ domingo a soberana na Bar­­caça Real que liderou a histórica procissão organizada no Rio Tâmisa, e permaneceu de pé durante praticamente todo o percurso sob uma intensa chuva e temperaturas quase invernais.

Philip assistiria ontem com a rainha ao grande show­­­­ organizado em frente ao­­ Palácio de Buckingham, aber­­to pelo cantor Robbie Wil­­­liams, e que contou com gran­­des e strelas, como Elton John, recuperado de uma in­­fecção pulmonar, Paul Mc­­Cartney, Stevie Wonder e Ky­­lie Minogue.

No fim do show de mais de três horas —uma rainha de aparência cansada subiu­­ ao palco com seu filho e her­­deiro ao trono, o príncipe­­ Charles, que leu uma homenagem comovente. Depois de agradecer aos artistas e engenheiros que organizaram o espetáculo, ele lembrou a ausência do pai, hospitalizado mais cedo: "A única coisa triste desta noite é que meu pai não pôde estar aqui conosco, porque, infelizmente, não estava se sentindo bem".

A rainha assistiu ao con­­certo acompanhada de Char­­les e dos netos, os príncipes Harry e William, além da Duquesa de Cambridge, Kate Midddleton, esposa de William. Além dos 12 mil ingleses que conseguiram ingressos por meio de um sorteio, um público estimado de mais 500 mil espectadores acompanhou a apresentação em telões por todo o Mall, o boulevard que leva até o palácio.

Charles agradeceu Eliza­­beth por fazer com que o povo "tivesse orgulho de ser britânico". A cerimônia acabou quando a rainha acendeu uma das 4.500 piras es­­palhadas nos países da Com­­monwealth para comemorar seus 60 anos de reinado, seguida por uma queima de fogos que durou vários minutos.

O gosto musical de Eli­­za­­beth permanece uma incóg­­nita. Há relatos de que ela tenha levado um tampão de­­ ouvido para um concer­­to similar realizado há dez anos. Segundo o jornal­­ Guar­­­­dian, a única música que­­ ela pediu foi Some En­­chanted Evening, do musical South Pacific.

"Não creio que ela seja­­ uma­­ grande fã da música pop",­­­­ disse o cantor Elton John,­­ que elogiou a monarca.­­ "Ela­­ não segue tendências. Ela é­­ ­­estoica, brilhante, sábia, en­­gra­­çada e estamos todos fe­­lizes­­ por tê-la aqui."

Imprensa especula sobre herdeiro do trono

Agência O Globo

Enquanto a rainha Eliza­­beth II acenava alegremente no domingo para a multidão que se acotovelava às margens do Rio Tâmisa, seu filho, o príncipe Charles, exibia seu tradicional sorriso amarelo durante a procissão de barcos que celebrava o Jubileu de Diamante. O desconforto que o rosto de Charles demonstra em situações como esta já é mais do que conhecido dos súditos. E tem lá sua razão de ser: é a expressão de uma vida levada à sombra.

O sucessor direto ao trono do Reino Unido completará 64 anos em 2012 e há 60 carrega o título de príncipe herdeiro. Edward VII, filho de outra rainha longeva, Vitória, assumiu o trono aos 60, após a morte da mãe aos 81. Se depender da saúde de Elizabeth II, de 86 anos, e da sua força de trabalho, no entanto, Charles continuará na fila.

Em seu programa de tevê, o jornalista Andrew Marr,­­ autor do livro "The Dia­­mond Queen", perguntou­­ ao primeiro-ministro David Cameron, pouco antes do desfile no Tâmisa: "O senhor acredita que a rainha possa abdicar do trono?". Cameron respondeu: "Não vejo qualquer sinal de a rainha querer trabalhar menos. Ela é 100% dedicada aos deveres do cargo".

O jornal Telegraph publicou uma pesquisa na última semana mostrando que 44% dos entrevistados querem que Charles assuma, mas 42% preferem que ele passe o trono para o filho William.

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