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Presa por engano

Iêmen liberta estudante após protestos; mundo revê segurança

O Iêmen libertou neste domingo (31) uma mulher que havia sido detida sob suspeita de envolvimento num plano para enviar bombas em aviões de carga rumo aos Estados Unidos, após protestos de seus colegas estudantes.

Um familiar e uma autoridade do governo disseram à Reuters que a mulher, na casa dos 20 anos, foi libertada.

"Outra mulher usou o nome dela e seu documento de identidade. Autoridades estão procurando pela mulher", afirmou a fonte governamental.

Governos, linhas aéreas e autoridades de aviação no mundo todo estão revendo suas normas de segurança depois que duas bombas foram enviadas como pacotes para os Estados Unidos a partir do Iêmen. Os pacotes foram interceptados em Dubai e na Inglaterra na sexta-feira. As bombas tinham todas as características de um plano da Al-Qaeda, dizem autoridades norte-americanas.

A polícia do Iêmen prendeu a mulher, depois de encontrá-la a partir de um número de telefone que foi deixado com a empresa de carga. A estudante e sua mãe foram as primeiras pessoas a serem presas em conexão com o atentado a bomba.

Dezenas de estudantes realizaram uma manifestação sentando-se nos campos da faculdade de engenharia de Sanaa para pedir que ela fosse libertada.

"Não acho que ninguém realizaria uma operação desse porte e deixaria seus contatos verdadeiros... Acho que ela é vítima de uma conspiração", disse o estudante Muhammad al-Bazili.

Acredita-se que um fabricante de bombas da Arábia Saudita está trabalhando com a filial iemenita da Al-Qaeda. Ele é um dos principais suspeitos da operação, segundo uma autoridade dos EUA.

Ibrahim Hassan al-Asiri, que está no topo de uma lista de terroristas da Arábia Saudita, é o irmão de um terrorista morto no ano passado quando ele tentava explodir uma bomba para assassinar o chefe da autoridade de combate ao terrorismo na Arábia Saudita, o príncipe Mohammed bin Nayef.

Aquele ataque, assim como outra tentativa num avião que ia em direção aos EUA no dia de Natal em 2009, envolveu o uso de trinitrato de pentaeritritol (PETN), um explosivo potente que parece ser a preferência da Al-Qaeda no Iêmen.

Pelo menos uma das duas bombas enviadas para os EUA, com destino a sinagogas em Chicago, usavam PETN, disseram autoridades americanas.

"O indivíduo que está fazendo essa bombas... é muito perigoso. Claramente é alguém que tem bastante treinamento e experiência. Precisamos encontrá-lo e trazê-lo para a Justiça assim que possível", disse o assessor de combate ao terrorismo da Casa Branca, John Brennan, à rede de TV ABC.

"Acho que as indicações agora, com base na investigação dos materiais, são que apenas um indivíduo está construindo essas bombas."

Como resultado dos atentados, governos do mundo todo estão revendo suas normas de segurança para fechar os buracos que permitiram que as bombas fossem enviadas.

A secretária de segurança interna da Inglaterra, Theresa May, disse que a segurança de carga aérea ao redor do mundo está sendo revista.

"Estamos revendo como se faz a checagem das cargas. Vamos conversar com o setor de aviação sobre o tema", disse ela à BBC.

"Ontem indicamos à indústria que eles não devem aceitar carga oriunda do Iêmen que seja enviada em direção à Inglaterra ou transite pelo país."

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse no sábado que a bomba encontrada no aeroporto de East Midlands foi criada com o objetivo de explodir um avião no ar, possivelmente sobre a Grã-Bretanha.

Tanto a Alemanha quanto a França pararam de receber cargas do Iêmen.

O escritório federal do crime na Alemanha (BKA) disse que havia dado a dica a autoridades britânicas sobre o pacote-bomba encontrado na Inglaterra depois que o pacote passou pelo aeroporto de Cologne-Bonn.

Quando as autoridades alemãs foram informadas do pacote suspeito já era tarde para agirem.

"Já estava a caminho da Inglaterra", disse uma porta-voz da BKA. "Conseguimos avisar nossos parceiros em Londres para que eles soubessem exatamente o que tinham de procurar."

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