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O presidente dos EUA, Donald Trump, deixa o número 10 da Downing Street, em Londres, após recepção durante a cúpula de Otan, 3 de dezembro de 2019
O presidente dos EUA, Donald Trump, deixa o número 10 da Downing Street, em Londres, após recepção durante a cúpula de Otan, 3 de dezembro de 2019| Foto: Niklas HALLE'N / AFP

O comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgou um relatório nesta terça-feira (3) que diz que o presidente Donald Trump colocou os seus interesses políticos acima dos interesses da nação em sua conduta em relação à Ucrânia.

O relatório afirma que Trump "comprometeu a segurança nacional para promover seus interesses políticos pessoais" em suas negociações com a Ucrânia.

O comitê também concluiu que Trump "se envolveu em uma campanha sem precedentes de obstrução a essa investigação de impeachment".

Os democratas acusam Trump de usar assistência militar e uma reunião na Casa Branca com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em troca de investigações do ex-vice-presidente Joe Biden e seu filho Hunter Biden e de uma teoria desmascarada alegando interferência ucraniana nas eleições americanas de 2016.

O comitê deve votar na noite de terça-feira o encaminhamento do relatório ao comitê de Justiça da Câmara, que considerará artigos de impeachment contra Trump.

"Para compelir o presidente ucraniano a fazer sua oferta política, o presidente Trump condicionou dois atos oficiais ao anúncio público das investigações: uma visita à Casa Branca, cobiçada pelo governo ucraniano, e uma crucial assistência militar dos EUA que a Ucrânia precisava para combater a Rússia, sua adversária", disse o relatório em suas conclusões.

A Casa Branca criticou o relatório em comunicado em que também compara o presidente do painel, o deputado Adam Schiff, a um "blogueiro de porão".

"No final de um processo fraudulento e unilateral, o presidente Schiff e os democratas fracassaram totalmente em produzir qualquer evidência de irregularidade por parte do presidente Trump", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Stephanie Grisham, pouco depois de o documento ser divulgado.

Os próximos passos

O comitê de Justiça agendou a primeira audiência para o inquérito de impeachment para a manhã de quarta-feira. Esse comitê precisa aprovar, por maioria simples, um ou mais artigos de impeachment contra Trump para que o processo passe para o plenário da Câmara.

Atualmente, o comitê de Justiça é composto por 24 democratas e 17 republicanos, segundo a ABC News; 21 votos a favor seriam necessários.

Em seguida, cada artigo de impeachment aprovado por esse comitê seria analisado por toda a Câmara dos Deputados, que atualmente é controlada pelos democratas. O impeachment precisa ser aprovado pela maioria simples dos deputados (50% mais um voto).

O impeachment aprovado pela Câmara não significa que o presidente deve deixar o cargo imediatamente. Uma votação ainda precisa ser feita no Senado.

O Senado é responsável pelo julgamento dos artigos de impeachment. São necessários os votos de dois terços do Senado (67 votos) para que Trump seja então removido do cargo. O Senado tem maioria de republicanos (53, contra 47 democratas e independentes).

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