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A Índia culpou na sexta-feira "elementos" do Paquistão pelos ataques desta semana em Mumbai, tornando mais nebulosa a perspectiva de paz entre os dois rivais nucleares.

Mas o Paquistão rejeitou qualquer envolvimento e, numa medida inédita, aceitou enviar o seu chefe de sua agência inteligência militar, a ISI, para compartilhar informações com a Índia.

Os ataques a dois hotéis de luxo e a outros locais da capital financeira da Índia ocorreram num momento em que o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, dava passos no sentido de melhorar as relações com Nova Délhi.

Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, atribuiu a culpa dos atentados a grupos militantes de países vizinhos - uma habitual alusão velada ao Paquistão. Na sexta-feira, o chanceler Pranab Mukherjee foi ainda mais explícito. "As evidências preliminares indicam o envolvimento de elementos ligados ao Paquistão."

Ele pediu que o Paquistão desmantele a infra-estrutura de apoio aos militantes.

Os dois países já travaram três guerras desde sua independência, em 1947. Em dezembro de 2001, estiveram à beira de um novo conflito, depois de um ataque de militantes islâmicos contra o Parlamento em Nova Délhi.

Líderes paquistaneses imediatamente condenaram os atentados de Mumbai. Em encontro com o embaixador alemão em Islamabad, Zardari disse que o terrorismo na região remonta à resistência islâmica do Afeganistão contra a ocupação soviética, na década de 1980.

"Os germes dos elementos terroristas não foram produzidos nos laboratórios das agências de segurança no Paquistão", disse Zardari, segundo a chancelaria. "O Paquistão não tem nada a ganhar, nem o governo democrático acredita em tais táticas."

O chanceler paquistanês, Shah Mehmood Qureshi, que realiza uma visita à Índia, agendada antes dos ataques, disse que a cooperação antiterror deve ser fortalecida. Ele pediu ao país vizinho que não use o caso para fins políticos.

"Trata-se de uma rede internacional. Precisa ser enfrentada em nível internacional", afirmou a jornalistas.

Antes, Zardari telefonou para Singh solidarizando-se e negando qualquer envolvimento do seu governo.

Durante anos, o Paquistão apoiou militantes islâmicos que enfrentam as forças indianas na disputada região da Caxemira, mas desde os atentados de 11 de setembro de 2001 contra os EUA a postura de Islamabad passou a ser a de confronto com tais grupos.

Mesmo sem qualquer avanço na questão da Caxemira, as relações bilaterais melhoraram nos últimos anos. Zardari recentemente disse que o Paquistão estava disposto a se comprometer a não usar armas nucleares antes da Índia, e sugeriu um pacto nesse sentido.

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