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A Índia manterá em aberto todas as opções para desmantelar os "aparelhos terroristas" depois dos atentados de novembro em Mumbai, disse na quarta-feira o ministro de Defesa do país, A.K. Antony.

"Mesmo depois (dos atentados) de 26/11, não há uma tentativa séria de desmantelar os aparelhos terroristas, e essa é a grande preocupação", disse ele a jornalistas em Nova Délhi. "Faremos de tudo para evitar isso. Para tanto, estamos examinando todas as opções possíveis à disposição", disse. "Não posso lhes dizer agora quais opções estamos examinando."

Autoridades indianas têm manifestado uma crescente frustração com o que vêem como uma má-vontade do Paquistão para investigar plenamente os ataques, em que 10 militantes islâmicos mataram 179 pessoas, elevando a tensão entre os dois países, que já travaram três guerras desde 1947.

O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, elevou o tom na terça-feira, ao dizer pela primeira vez que o atentado "deve ter tido o apoio de algumas agências oficiais no Paquistão".

Islamabad nega qualquer envolvimento e diz que as acusações indianas ameaçam as perspectiva de uma investigação séria e objetiva.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro Yousaf Raza Gilani disse que o Paquistão apresentou propostas construtivas para a cooperação e iniciou sua própria investigação, mas que a Índia está desnecessariamente estimulando a tensão.

"Nossas próprias investigações sobre Mumbai progrediram", disse Gilani. "Estamos preparados para levar este processo adiante com vistas à descoberta total dos fatos, assim garantindo que os autores deste crime hediondo sejam levados à Justiça, sejam eles quem forem", disse.

"A Índia não só se recusou a cooperar nas investigações relativas a Mumbai, como também escolheu realizar uma ofensiva midiática e diplomática contra o Paquistão", disse.

A Índia enviou na segunda-feira ao Paquistão supostas provas de vinculação de militantes paquistaneses nos ataques, inclusive dados sobre ligações telefônicas por satélite e uma confissão do único militante que sobreviveu aos atentados.

O jornal The Hindu publicou detalhes do dossiê na quarta-feira, junto com uma transcrição de conversas entre "tutores" e os militantes durante o cerco a dois hotéis na cidade.

"Tudo está sendo gravado pela mídia. Provoquem o máximo de dano. Continuem lutando. Não sejam tirados vivos", disse um dos "tutores", identificado como Kafa, de acordo com o jornal. "Matem todos os reféns, exceto os dois muçulmanos. Deixe o telefone ligado para que possamos ouvir os disparos."

O dossiê também foi enviado a países que tiveram cidadãos vitimados pelos ataques, como os Estados Unidos, numa tentativa indiana de pressionar o Paquistão a punir os autores.

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