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Paula, em foto de álbum
de família: passaporte da brasileira foi apreendido | Reprodução Ag. O Dia/AE
Paula, em foto de álbum de família: passaporte da brasileira foi apreendido| Foto: Reprodução Ag. O Dia/AE

Revista que cita suposta farsa é ligada a partido

A revista semanal suíça Die Weltwoche, que noticiou ontem a versão de que a brasileira Paula Oliveira teria confessado ter mentido à polícia suíça, tem fortes laços ideológicos com o partido ultranacionalista Partido do Povo Suíço (SVP), cuja sigla foi escrita com um objeto cortante na pele da brasileira.

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Itamaraty mantém assistência

O Itamaraty informou ontem que Paula Oliveira continuará contando com a assistência do governo brasileiro independentemente de ter sido protagonista ou não de uma farsa.

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Zurique - A pernambucana Paula Oliveira, 26 anos, passou oficialmente ontem de vítima a suspeita. O Ministério Público de Zurique abriu um processo penal contra ela por falsa denúncia, depois que exames mostraram que Paula não estava grávida no momento da suposta agressão sofrida na semana passada, como ela tinha declarado às autoridades. Com a decisão, Paula não poderá deixar o país até o fim das investigações.

Também ontem, a revista semanal de Zurique Die Weltwoche afirmou que Paula já teria confessado à polícia que forjou a gravidez e que ela própria produziu em seu corpo os cortes que atribuiu a três neonazistas. De acordo com a publicação, que é próxima da direita nacionalista, o motivo seria receber "uma gorda indenização'' do Estado.

O passaporte da brasileira foi apreendido. Segundo o procurador Marcel Frei, responsável pelo caso, Paula foi enquadrada no artigo 304 do código penal suíço – "tentativa de enganar autoridades''.

Frei informou ainda que Paula e o namorado dela, o economista suíço Marco Trepp, voltarão a ser interrogados nos próximos dias. Os dois já haviam prestado depoimento logo após a suposta agressão.

Pela versão de Paula, três neonazistas a atacaram na segunda, dia 9, no subúrbio de Dübendorf, perto de Zurique. Ela, que dizia estar grávida de gêmeas, afirmou que abortou após as agressões. Em seu corpo, contou Paula, os neonazistas fizeram vários cortes com um estilete e inscreveram as siglas do partido ultranacionalista Partido do Povo Suíço (SVP).

Mas, após o exame de um legista independente, a polícia de Zurique descartou na última sexta-feira que Paula estivesse grávida no momento da suposta agressão. O laudo apontou ainda indícios de que os cortes foram produto de automutilação, considerando remota a possibilidade de que ela tenha sido agredida.

Ato premeditado

A Die Weltwoche afirmou que a denúncia de Paula foi um ato premeditado destinado a obter uma indenização. De acordo com a publicação, Paula assinou uma confissão à polícia na sexta-feira, dia 13, duas horas antes da divulgação do laudo do legista.

A revista afirma que, após várias versões desencontradas, a pernambucana confessou, chorando muito, que toda a história havia sido inventada.

A suposta confissão de Paula abriu o noticiário principal do canal local TeleZurich. Segundo a emissora, Paula esperava receber entre US$ 50 mil e US$ 100 mil de indenização.

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