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A possibilidade de uma nova guerra civil ou contra Israel assombra Beirute, que tenta renascer como ponte do Ocidente para o Oriente. Ainda que a paz prevaleça por enquanto.

"Os sunitas e os xiitas vão lutar entre si, tenha certeza. Teremos uma nova guerra civil", afirma o empresário Samir Khater na área cristã de Ashrafyeh. "No Líbano, sempre acaba em guerra. Quase houve em 2007, será difícil não haver agora", diz o também cristão Joseph Khoury.

Esse pessimismo deve-se à entrega, nos próximos dias, do resultado das investigações do promotor Daniel Bellemare, responsável pelo Tribunal Especial da ONU que investiga o atentado que matou o premiê Rafic Hariri em fevereiro de 2005. Na época, Hariri havia deixado o cargo e liderava a oposição à ocupação síria.

O tribunal pode levar o Líbano de volta para a sua outra realidade, a da guerra e das mortes, bem distante da imagem de melhor vida noturna do mundo árabe, segundo escolha do New York Times. De acordo com especulações que circulam em Beirute e também na imprensa internacional, membros do Hezbollah devem ser formalmente indiciados pelo atentado que matou Hariri.

O próprio líder da organização, xeque Hassan Nasrallah, afirma que a ONU acusará o grupo.

Para evitar o acirramento das tensões, os nomes dos acusados serão mantidos em sigilo depois da entrega da investigação de Bellemare. O juiz Daniel Fransen terá entre seis e dez semanas para tomar uma decisão, incluindo a que se refere à prisão, ou não, dos acusados.

O Hezbollah rejeita o tribunal, dizendo a investigação foi montada pelos Estados Unidos para proteger Israel, que, segundo a organização, seria o verdadeiro responsável. Em agosto, Nasrallah chegou a exibir um vídeo com supostas provas do envolvimento israelense.

No outro extremo, o jovem premiê do Líbano, Saad Hariri, filho do premiê assassinado, afirma que acatará a decisão do tribunal. Caso ele decida levar adiante a ordem de prisão dos acusados pelo assassinato de seu pai, o Líbano ficaria mais uma vez dividido.

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