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Coronavírus
Imagem ilustrativa. Testes de coronavírus| Foto: Pedro Ribas/SMCS

Cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) que investigam as origens da Covid-19 identificaram áreas da pesquisa que precisam de maior análise, disseram fontes da equipe à CNN nesta terça-feira (25). Dados sobre a testagem de coronavírus em animais, que estão contidos em um anexo de 200 páginas do relatório da OMS publicado em março, receberam pouca atenção dos especialistas na época.

Esses dados podem contribuir com os pedidos de críticos por mais transparência da China e estimular uma volta dos pesquisadores ao país asiático para mais estudos sobre a origem do coronavírus, que foi descoberto no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan. Um grupo de 17 especialistas internacionais esteve na China em janeiro deste ano para coletar dados para ajudar a compreender como o vírus surgiu e a evitar uma nova pandemia. O relatório produzido pela missão não foi conclusivo quanto à origem do Sars-CoV-2, embora

O documento anexado ao relatório da OMS que precisa ser analisado mais profundamente, segundo as fontes, oferece detalhes sobre o armazenamento e a destruição de amostras de humanos positivas para Covid-19; um surto relevante de gripe que ocorreu em dezembro de 2019, mesma época do surgimento do novo coronavírus; e a revelação de que as primeiras pessoas que contraíram o vírus de que se tem notícia tiveram contato com 28 mercados de alimentos e animais de dezembro, relatou a CNN.

As fontes disseram à rede norte-americana que pretendem examinar os dados, especialmente os que dizem respeito a uma ação de testagem em grande escala de animais que são suscetíveis ao vírus, feita por autoridades chinesas na primeira semana de dezembro 2019. O caso que hoje é reconhecido como a primeira infecção pelo novo coronavírus foi registrado na China em 8 de dezembro de 2019, um dia após esse monitoramento de animais.

No dia 7 de dezembro daquele ano, foram coletadas amostras de 69 tipos de animais, incluindo macacos, cervos, porcos-espinhos e ratos de bambu. Em fevereiro de 2020, essas amostras foram testadas para o vírus que viria a ser chamado de Sars-CoV-2, e deram negativo, segundo um comunicado da Comissão Nacional de Saúde da China (CNS) enviado à CNN.

Uma fonte próxima aos especialistas da missão da OMS disse que o momento da coleta de amostras, que coincide com o surgimento do vírus, levanta questionamentos. Essa fonte disse que os cientistas chineses afirmaram que essa foi uma coleta de rotina. O comunicado da CNS afirma que as amostras em questão foram coletadas entre fevereiro e dezembro de 2019, como parte do monitoramento de doenças animais na província de Hubei. Após a surto de coronavírus, as amostras teriam sido testadas retroativamente pelos pesquisadores.

Essa mesma fonte comentou que os dados de mortes em excesso em janeiro de 2020 em Wuhan, e também na província de Hubei, apontam que pode ter havido circulação substancial do vírus em dezembro em Wuhan que não foi detectada, e que provavelmente alguns poucos casos esporádicos podem ter ocorrido ainda em novembro na cidade.

O documento anexo ao relatório também traz detalhes anteriormente desconhecidos sobre o "paciente zero" de Covid-19. Um homem que trabalhava como contador em uma empresa da sua família, sem histórico de exposição de alto risco (aglomerações, animais selvagens, ambientes hospitalares, indivíduos sintomáticos, viagens, etc.). O paciente usava o transporte público, mas nunca havia saído de Wuhan e não teve contato com o mercado de frutos do mar de Huanan, apontado como tendo um papel na disseminação do novo vírus.

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