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Vigília pelas vítimas do voo 752 da Ukrainian Airlines, na Mel Lastman Square, em Toronto, Ontário, em 9 de janeiro de 2020: 63 canadenses morreram no voo
Vigília pelas vítimas do voo 752 da Ukrainian Airlines, na Mel Lastman Square, em Toronto, Ontário, em 9 de janeiro de 2020: 63 canadenses morreram no voo| Foto: AFP

O avião Boeing 737 da Ukraine International Airlines com 176 passageiros, que caiu nesta quarta-feira (08), após decolar do aeroporto Imam Khomeini, em Teerã, foi abatido por mísseis iranianos. A admissão foi feita neste sábado, depois de várias negativas oficiais do governo, pelo próprio presidente do Irã, Hassan Rouhani: “A República Islâmica do Irã lamenta este erro desastroso. Dedico meus pensamentos e orações para todas as famílias em luto. Minhas mais sinceras condolências”.

Antes de Rouhani se pronunciar, a TV estatal do Irã levou ao ar um pronunciamento dos militares culpando um “erro humano” pela queda do avião. "As forças armadas estavam em seu nível mais alto de prontidão", acrescentou o comunicado. "Nessas condições, devido a erro humano e de maneira não intencional, o vôo foi atingido". Além das desculpas, o comunicado afirmou que medidas serão tomadas para prevenir novos acidentes e que os responsáveis não ficarão impunes.

A confirmação veio após Estados Unidos, Reino Unido e Canadá afirmarem que havia fortes evidências de que o voo 752 da Ukraine Airlines havia sido abatido por um míssil russo disparado pelas forças iranianas.

Ainda nesta sexta-feira (10), no entanto, oficiais iranianos negavam qualquer envolvimento na queda. "O que é óbvio para nós, e o que podemos dizer com certeza, é que nenhum míssil atingiu o avião", chegou a dizer Ali Abedzadeh, chefe do Departamento de Aviação nacional do Irã, em entrevista coletiva. "Confirmamos que o avião ficou em chamas por cerca de 60 ou 70 segundos", ainda disse Abedzadeh, que completou ser "cientificamente impossível que ele tenha sido atingido por algo".

Na mesma entrevista, Hassan Rezaeifar, chefe da equipe de investigação iraniana, disse que a recuperação de dados dos gravadores de caixas-pretas poderia levar mais de um mês e que toda a investigação poderia se estender até 2021.

Aos poucos, porém, a versão iraniana foi desmentida. Ainda na quinta-feira (09), um vídeo mostrava um míssil atingindo o avião. O jornal The New York Times verificou as imagens, que teriam sido gravadas em Parand, próximo ao aeroporto de Teerã, na região em que o Boeing 737 parou de transmitir sinais, e afirmou que eram legítimas.

Além das desculpas do presidente Rouhani, o ministro das relações exteriores do Irã, Javad Zarif, afirmou ter sido um “erro humano” e culpou os EUA pela tragédia. “Um dia triste. Conclusões preliminares da investigação interna das Forças Armadas: erro humano em um momento de crise causado pelo aventureirismo americano levou ao desastre. Nosso profundo pesar, desculpas e condolências ao nosso povo, às famílias de todas as vítimas e às outras nações afetadas.”

O voo, cujo destino era a capital ucraniana, Kiev, levava 176 passageiros e mais nove membros da tripulação de vários países, sendo 82 iranianos, 63 canadenses, 11 ucranianos e três britânicos.

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