• Carregando...

O vice-líder do Parlamento do Irã, Mohammad Reza Bahonar, disse que o país irá se retirar do acordo feito com a Turquia e avalizado pelo Brasil para trocar urânio com baixo enriquecimento por combustível nuclear, se o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) impuser mais sanções contra o Irã, reportou ontem a agência de notícias ISNA.

Na terça-feira, os Estados Uni­­dos apresentaram um rascunho de resolução com novas sanções contra o Irã no CS da ONU. O se­­cretário de Defesa dos EUA, Ro­­bert Gates, disse ontem em Wa­­shington que o esforço diplomático do Irã para escapar da quarta rodada de sanções significa que elas provavelmente funcionarão. "Eu não acredito que vocês veriam eles (os iranianos) gastarem a energia que estão gastando na diplomacia, se não fosse para evitar a aprovação (das sanções)", disse Gates. A resolução po­­derá ser votada no CS em junho.

"Existe a possibilidade de que outra rodada de sanções esteja sendo preparada contra o Irã e nós sempre dissemos que se isso for em frente, então nosso acordo de compromisso não será mais considerado", disse o vice-líder do Parlamento do Irã, Moham­­mad Reza Bahonar.

Os comentários de Bahonar foram feitos dois dias após os Estados Unidos e outras potências terem descartado o acordo do Irã para enviar metade do seu estoque de urânio à Turquia, em troca de urânio mais enriquecido, que funciona como combustível nuclear.

Resolução

Na terça-feira, os EUA apresentaram um rascunho de resolução com novas sanções contra o Irã, pedindo à comunidade internacional que confisque ativos de empresas e pessoas do Irã ligadas à atividade nuclear do país, bem como inspecione e confisque cargas marítimas e aéreas relacionadas ao programa nuclear iraniano. A resolução poderá ser votada em junho na ONU. Os EUA afirmam que o rascunho da resolução tem o apoio dos cinco integrantes permanentes do CS – EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.

Contudo, Brasil e Turquia, que avalizaram o acordo para a troca de urânio por combustível, emitiram junto na quarta-feira um comunicado pedindo que o acordo com o Irã seja levado em conta e as sanções sejam derrubadas. Brasil e Turquia estão en­­tre os 10 integrantes não permanentes do CS.

As potências ocidentais suspeitam que o programa nuclear do Irã seja um disfarce para um projeto de desenvolvimento de armas nucleares. Teerã nega isso e diz que seu programa nuclear tem apenas finalidades pacíficas.

O ministro das Relações Ex­­te­­riores da Rússia, Serguei La­­vrov, disse que o Irã deve cumprir o acordo que firmou com Brasil e Tur­­quia, mesmo que sofra novas sanções no Conselho de Segurança da ONU. Ao mesmo tempo a Rús­­sia informou que colocará em operação, neste verão (boreal), a primeira usina nuclear iraniana, em Bu­­shehr.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]