Irã diz que EUA devem “aceitar consequências” de bombardeio no Iraque e na Síria

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O Irã condenou nesta segunda-feira (30) os ataques dos Estados Unidos a bases do grupo terrorista Kataib Hezbollah no Iraque e na Síria e disse que o governo americano "deve aceitar a responsabilidade das consequências dos ataques ilegais", segundo o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Abbas Mosavi.

Neste domingo (29), o exército americano conduziu bombardeios aéreos contra pontos estratégicos da milícia xiita apoiada pelo regime iraniano, em resposta ao ataque com míssil na sexta-feira, o qual matou um civil americano que trabalhava como empreiteiro e estava em uma base militar iraquiana.

Pelo menos 25 pessoas morreram e 51 ficaram feridos no bombardeio deste domingo. A ação marca a primeira vez em que os EUA agiram com força militar contra um grupo xiita no Iraque e na Síria desde que as forças americanas retornaram à região em 2014 para lutar contra o Estado Islâmico (EI). Os cinco alvos atingidos incluem três das instalações da milícia no Iraque e duas na Síria. De acordo com o Pentágono, elas eram utilizadas para armazenar armas e também como centros de comando e controle que a Kataib Hezbollah usou para planejar e executar ataques.

Um oficial americano, que falou em condição de anonimato, disse que os bombardeios foram conduzidos por jatos F-15E e o ataque foi aprovado pelo presidente Donald Trump no sábado à noite. Oficiais americanos não disseram de onde os aviões decolaram.

Algumas horas após os bombardeios, quatro mísseis Katiusha caíram perto de uma base americana onde estão alojadas as tropas dos EUA, em Taji, ao norte de Bagdá, sem deixar vítimas.

Ameaça

No início deste mês, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, culpou as forças apoiadas pelo Irã de uma série de ataques contra bases no Iraque e alertou aos iranianos que qualquer ataque conduzido por eles ou por seus cúmplices que ferisse americanos ou aliados seria "revidado com uma resposta americana decisiva".

As tensões aumentaram entre Teerã e Washington desde o ano passado, quando Trump retirou os EUA do acordo nuclear de Teerã fechado em 2015 com seis potências e ordenou a imposição de sanções que afetaram a economia do Irã.

A Kataib Hezbollah, também conhecida como Brigadas do Hezbollah, é uma força separada do principal grupo libanês Hezbollah, e opera sob um guarda-chuvas de milícias alvos de sanções internacionais conhecidas coletivamente como Forças de Mobilização Popular. Muitas delas são apoiadas pelo Irã.

A organização terrorista é liderada por Abu Mahdi al-Muhandis, um dos homens mais poderosos do Iraque. No passado, ele combateu tropas americanas e é agora o vice-presidente das Forças de Mobilização Popular. Em 2009, o Departamento de Estado o associou às Forças Quds da Guarda Revolucionária do Irã, designadas como uma organização terrorista estrangeira por Trump este ano.

Os EUA mantêm 5 mil soldados no Iraque, a convite do governo iraquiano para assistir e treinar o combate contra o EI.