O Irã instalou muito mais máquinas de enriquecimento de urânio num abrigo subterrâneo, disseram fontes diplomáticas na quinta-feira (23), potencialmente abrindo caminho para a ampliação de atividades que o Ocidente teme estarem voltadas para o desenvolvimento de bombas atômicas.
Várias fontes disseram que o Irã montou centrífugas adicionais na sua instalação de Fordow, que fica no interior de uma montanha, para proteção contra bombardeios inimigos. Uma fonte sugeriu que a ampliação envolvia centenas de máquinas. "Nosso entendimento básico é que eles continuam instalando", disse um diplomata em Viena, acrescentando que as novas centrífugas ainda não estão operando.
Se for confirmada num relatório a ser entregue na semana que vem pela Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA, um órgão da ONU), a ampliação deve ser vista como um sinal de que o Irã continua desafiando as exigências internacionais para que restrinja seu programa nuclear, que Teerã diz ser inteiramente pacífico.
Em Fordow, que fica perto da cidade sagrada xiita de Qom, o Irã enriquece urânio até uma concentração físsil de 20 por cento, atividade que o Ocidente pressiona para que seja interrompida imediatamente, por deixar o país mais próximo do nível de pureza necessário para o uso em armas atômicas.
O Irã rejeita as acusações Ocidentais de que estaria buscando desenvolver armas atômicas, e diz que precisa refinar urânio até os 20 por cento para alimentar um reator de pesquisas médicas. Mas sua recusa em abandonar o enriquecimento, processo que pode ter finalidades civis e militares, motiva sanções ocidentais cada vez mais duras, e alimenta especulações de que Israel poderia atacar instalações nucleares iranianas.
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