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O Irã auxiliou o presidente da Síria, Bashar al Assad, sobre a forma de enfrentar os rebeldes em seu país, segundo mostra o conteúdo de e-mails do líder sírio publicados nesta quarta-feira (14) pelo site do jornal "The Guardian".

O jornal britânico teve acesso a mais de 3 mil documentos que a oposição síria interceptou de contas privadas na internet de Assad e de sua mulher, Asma, que revelam como a Síria recebeu conselhos de Teerã em várias ocasiões durante a crise.

Em uma dessas mensagens citadas pela publicação, um assessor de imprensa de Assad reconheceu que as sugestões feitas para um discurso do presidente da Síria eram fruto da consulta "com várias pessoas, incluindo o conselheiro de comunicação e política do embaixador iraniano".

Os documentos, que aparentemente foram interceptados pelo grupo opositor Conselho Supremo da Revolução entre junho e o início de fevereiro, oferecem, segundo o "The Guardian", "um retrato da família Assad isolada pela crise, mas que continua desfrutando de uma vida cheia de luxos".

Neste sentido, os documentos revelam como a mulher do presidente gasta milhares de dólares em compras pela internet de objetos de design como candelabros e mesas procedentes de Paris.

Já Assad utiliza um endereço americano para driblar as sanções de Washington e poder se conectar a páginas de entretenimento em seu tablet eletrônico e baixar música "dance" no iTunes.

O "The Guardian" afirma que fez todos os esforços possíveis para checar a autenticidade dos e-mails, comprovando seu conteúdo com fatos já demonstrados e entrando em contato com 10 pessoas cujos endereços aparecem nas mensagens.

O jornal considera que os e-mails são autênticos, mas reconhece que não foi possível verificar cada um deles.

Entre as mensagens, foi detectada uma no qual a filha do emir do Catar, Hamad bin Khalifa al Thani, aconselhou este ano ao casal Assad que abandonassem a Síria, além de sugerir que seu país poderia oferecer exílio.

De acordo com a publicação, outros documentos evidenciam como o presidente sírio conta com um grupo de assessores que consulta sobre estratégias midiáticas para enfrentar as crescentes críticas vindas do exterior.

Os e-mails afirmam, além disso, como o presidente foi informado da presença de jornalistas ocidentais na cidade rebelde de Homs.

Segundo o "The Guardian", os ativistas afirmam que foram capazes de acompanhar em tempo real a caixa de entrada do e-mail de Assad e de sua esposa durante meses e que em algumas ocasiões tiveram a oportunidade de avisar a seus colegas de Damasco sobre iminentes operações do regime contra eles.

O acesso às contas de e-mail continuou até 7 de fevereiro quando a invasão foi detectada após um ataque informático às contas do líder sírio por parte do grupo internacional de ativistas "Anonymous".

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