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O Irã disse a um organismo da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (15) que respeita plenamente os direitos humanos, tachando as preocupações nesse sentido expressas pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França de gestos políticos em meio a um impasse nuclear mais amplo.

Em sua primeira revisão pelo Conselho de Direitos Humanos, que analisa o histórico de todos os países membros da ONU, um a um, o enviado de Teerã, Mohammad Javad Larijani, disse que o Irã "cumpre plenamente todos os compromissos internacionais relevantes que assumiu na abordagem genuína e de longo prazo de proteção dos direitos humanos."

Secretário-geral do Alto Conselho de Direitos Humanos do Irã, Larijani sugeriu que as críticas feitas ao Irã representam tentativas de colocar pressão adicional sobre o Estado islâmico, que os EUA e outros países temem que esteja avançando no sentido de se dotar de armas nucleares. Teerã afirma que seu programa nuclear tem finalidades civis.

Larijani disse à sessão do Conselho que os países ocidentais têm constantemente utilizado a questão dos direitos humanos "como instrumento político para aplicar pressão sobre nós e promover certas motivações políticas ulteriores."

As declarações foram feitas um dia depois de a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ter afirmado que os EUA veem poucas alternativas à aplicação de mais sanções contra o Irã. "O Irã está deixando à comunidade internacional pouca escolha senão lhe impor custos mais altos por suas medidas provocadoras", disse Clinton em conferência no Catar.

Na semana passada, a Prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi pediu sanções políticas em resposta à repressão violenta movida pelo Irã contra protestos pacíficos, mas avisou que sanções econômicas adicionais apenas prejudicarão a população iraniana.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse na semana passada que o Irã já possui capacidade de enriquecer urânio em mais de 80 por cento de pureza, perto do grau que, segundo especialistas, seria necessário para a produção de uma bomba nuclear. Mas ele negou que o Irã tenha qualquer intenção de fabricar uma bomba.

Falando ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, que tem 47 membros, Michael Posner, o mais alto representante do Departamento de Estado norte-americano para a democracia e os direitos humanos, disse que desde a eleição de junho passado o governo iraniano reprimiu protestos envolvendo milhões de pessoas.

Posner condenou "as restrições crescentes à liberdade de expressão e à liberdade religiosa" no Irã e pediu que o país "tome medidas imediatas para acabar com a prática da tortura em suas prisões."

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