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Iranianos celebram 31 anos da Revolução Islâmica | Reuters
Iranianos celebram 31 anos da Revolução Islâmica| Foto: Reuters
  • Guardas iranianos participam da comemoração da Revolução Islâmica
  • Presidente Mahmoud Ahmadinejad fez delcarações polêmicas sobre o programa nuclear iraniano
  • Multidão toma as ruas de Teerã para celebrar a Revolução Islâmica

O presidente Mahmoud Ahmadinejad anunciou novos avanços na atividade de enriquecimento de urânio nesta quinta-feira, enquanto defensores do governo saíram em massa às ruas e a oposição registrou a ocorrência de confrontos no 31o aniversário da revolução que conduziu a comunidade clerical ao poder.

O presidente do Irã afirmou que seu país produziu o "primeiro lote" de urânio enriquecido a 20%. Segundo Ahmadinejad, Teerã tem capacidade para enriquecer o urânio a 80%, mas não o fará. As declarações de Ahmadinejad foram recebidas com ceticismo pela Casa Branca, que disse não acreditar que a república islâmica seja capaz de enriquecer urânio no grau que alega ter enriquecido.

"Quando nós dizemos que não queremos construir uma bomba (nuclear), nós não acreditamos em construir uma bomba", afirmou Ahmadinejad. "Se nós quisermos construir uma bomba, nós vamos anunciar isso", falou em discurso.

A televisão estatal disse que "dezenas de milhões de pessoas" participaram das manifestações de apoio à revolução islâmica em todo o país de 70 milhões de habitantes, que enfrenta a sua pior crise doméstica em três décadas.

Manifestantes da oposição uniram-se em torno dos reformistas que perderam para Ahmadinejad na eleição contestada de junho passado, e se recusaram a atender a exigência do governo para interromper os protestos.

Ahmadinejad disse a uma vasta multidão de apoiadores do governo na Praça Azadi (da Liberdade), no centro de Teerã, que o Irã agora era capaz de enriquecer urânio para mais de 80 por cento de pureza, aproximando-se dos níveis que os especialistas dizem que são necessários para uma bomba atômica. Entretanto, de novo ele negou que a atividade tenha esse tipo de intenção.

"A nação iraniana é brava o suficiente para que, se um dia quisermos construir bombas nucleares, anunciaríamos isso sem temer vocês", disse Ahmadinejad, dirigindo-se aos inimigos ocidentais do Irã.

Ele, entretanto, falou à multidão: "Quando dizemos que não construímos bombas nucleares, isso significa que não o fazemos porque não acreditamos em tê-las."

A televisão estatal mostrou imagens ao vivo de centenas de milhares de pessoas, algumas carregando bandeiras do Irã e fotos do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, andando em direção à praça.

Um site de oposição, a Voz Verde do Irã, disse que as forças de segurança dispararam tiros e bombas de gás lacrimogêneo em manifestantes partidários do líder de oposição Mirhossein Mousavi que participavam de um contra-comício no aniversário da revolução que derrubou o xá.

Um outro site de oposição, o Norooz, afirmou que 30 pessoas foram deetidas numa praça de Teerã.

Um terceiro site, o Jaras, afirmou que as forças de segurança atacaram um outro líder da oposição, Mehdi Karoubi, e o ex-presidente moderado Mohammad Khatami. Ele disse que as janelas do carro de Karoubi foram quebradas, mas que ele não ficou ferido com gravidade.

O Jaras informou que os confrontos prosseguiam no distrito de Ariashahr, em Teerã. O site disse que foram ouvidos disparos, mas não deu mais detalhes.

Tensão nuclear

O primeiro-ministro britânico Gordon Brown disse nesta quinta-feira em Bruxelas que a paciência do Ocidente com o Irã e suas ambições nucleares não irá durar para sempre.

Brown disse que o Irã "pode tanto desenvolver um programa nuclear civil, respeitar os direitos humanos e ganhar a confiança e o respeito da comunidade internacional" ou então pode "prosseguir com seu programa de armas nucleares, esmagar os direitos humanos e ser isolado e cair no ostracismo do lado errado da história".

A recém-iniciada produção iraniana de urânio enriquecido a 20 por cento está indo "muito bem", disse nesta quinta-feira à Reuters o chefe da Organização de Energia Atômica da República Islâmica, Ali Akbar Salehi.

Ele afirmou ainda que o Irã teria capacidade para enriquecer urânio até 100 por cento - acima do nível que segundo especialistas seria necessário para o uso em armas nucleares -, mas que não tem intenção de fazê-lo.

"Não há limite no enriquecimento. Podemos enriquecer até 100 por cento (...). Temos esta capacidade, mas nunca tivemos a intenção e não temos a intenção de fazê-lo, a não ser que precisemos."

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