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O Irã prometeu apresentar uma nova proposta para resolver o impasse sobre seu programa nuclear na retomada das negociações nesta terça-feira (15) com os EUA e outras cinco grandes potencias mundiais. Essa será a primeira reunião desde a eleição do presidente iraniano Hassan Rohani, em junho do ano passado.

De acordo com o negociador nuclear iraniano Abbas Araghch, a nova proposta tem por objetivo dispersar as dúvidas sobre seu programa nuclear. Embora não tenha oferecido detalhes sobre o assunto, Araghch disse que a República Islâmica deve "entrar em um caminho de construção da confiança com o Ocidente."

"No ponto de vista deles, a construção da confiança significa avançar alguns passos no assunto nuclear e em nossa visão a confiança se formará quando as sanções forem suspensas", afirmou Araghchi.

Já o ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse que uma nova reunião ministerial com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da ONU mais a Alemanha, grupo conhecido como P5+1, será "necessária" após negociações em Genebra na terça-feira.

"Espero sermos capazes de criar um roteiro até quarta-feira, mas... provavelmente será necessária uma nova reunião ministerial", escreveu Zarif em sua página no Facebook na noite de domingo.

Os EUA e seus parceiros estão agindo com cautela em relação à retomada das negociações com o Irã e insistem que é preciso mais do que palavras para que elas avancem e possam colocar um fim nas sanções internacionais ao país.

Um dia antes da reunião em Genebra, no entanto, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a pedir que a comunidade internacional mantenha pressão firme sobre a república islâmica até que o país interrompa seu programa de enriquecimento de urânio que eventualmente pode ser usado para produzir uma bomba atômica.

Netanyahu afirmou diante do Parlamento de Israel nesta segunda-feira que o Irã está apenas tentando ganhar tempo para fazer com que o mundo retire as sanções contra o país sem fazer qualquer concessão significativa em suas ambições nucleares.

"O Irã está disposto a oferecer pouco e receber muito, se não tudo", afirmou Netanyahu, "Seria um erro histórico reduzir a pressão agora exatamente quando as sanções estão prestes a garantir seu objetivo."

O ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Yuval Steinitz, reforçou as preocupações do líder israelense ao defender nesta segunda-feira que somente a manutenção das sanções do Ocidente contra o Irã será capaz de impedir que a república islâmica busque a bomba atômica.

Na avaliação de Steinitz, se forem confrontados com uma escolha verdadeira entre o bem-estar econômico e a manutenção de seu programa de enriquecimento de urânio, os iranianos tenderiam a abandonar suas ambições nucleares. Para tanto, segundo ele, seria necessário um acordo capaz de recuperar a economia iraniana, submetida a anos de sanções externas.

O enriquecimento de urânio ao qual Steinitz se referiu é um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Em grande escala, o urânio enriquecido pode ser usado para carregar ogivas atômicas.

O Irã, por sua vez, assegura não ter a intenção de buscar a bomba atômica, sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades estritamente pacíficas, como a geração de energia elétrica e o desenvolvimento de isótopos medicinais, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário. O novo presidente, no entanto, afirmou que seu país está pronto para atender às demandas internacionais para reduzir suas atividades nucleares e estabelecer a confiança.

Não há expectativa de que um acordo seja feito nos dois dias previstos para a negociação. Entretanto, se os iranianos conseguirem conquistar a confiança dos EUA e seus aliados - Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha - esta seria a porta para um acordo que pode ser o mais viável desde de que foram iniciadas as negociações sobre o programa nuclear do Irã iniciado em 2003.

Na perspectiva grupo conhecido como P5+1, o resultado ideal seria Teerã recuar em relação ao seu programa nuclear, o que poderia levar a uma redução gradual nas sanções econômicas que o país enfrenta.

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