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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, planeja acelerar a construção de centenas de novas casas em assentamentos judaicos no território palestino da Cisjordânia antes de congelar as construções por um período de seis a nove meses.

A revelação foi feita nesta sexta-feira (4) por uma fonte anônima do governo israelense e provocou duras críticas de Washington, da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e dos 27 países da União Europeia (UE).

"O primeiro-ministro fará com que sejam aprovados nos próximos dias projetos de construção nos assentamentos e só depois aceitará a suspensão (que poderia durar de seis a nove meses)", disse a fonte.

Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, criticou a decisão israelense. "Os EUA não aceitam a legitimidade da expansão contínua dos assentamentos. Trabalhamos para criar um clima que favoreça as negociações e essas medidas dificultam a criação deste clima."

O congelamento dos assentamentos na Cisjordânia é considerado por Washington condição indispensável para o sucesso da negociação de paz entre israelenses, palestinos e os países árabes.

Mas, ao contrário do que defendem os americanos, o plano de Netanyahu congelaria apenas os assentamentos onde vivem 300 mil israelenses na Cisjordânia. Outras 2,5 mil moradias já aprovadas pelo governo de Israel no mesmo local ficariam fora do acordo, assim como os edifícios públicos e os bairros de colonização israelense em Jerusalém Oriental, onde vivem quase 200 mil pessoas.

Em troca, ele espera que países árabes como Omã, Tunísia e Marrocos aceitem a abertura de representações comerciais israelenses em seus territórios e o Qatar permita a reabertura da representação israelense diplomática em sua capital, Doha.

"Nossa posição é absolutamente clara. Os assentamentos são ilegais e representam um impedimento para a paz", disse o chanceler britânico, David Miliband, em Estocolmo.

Em Paris, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, disse, depois de se reunir com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que a proposta israelense é "inaceitável".

Ele considera possível um encontro pessoal com Netanyahu para discutir sobre o acordo de paz, desde que Israel efetivamente congele os assentamentos na Cisjordânia.

O número de assentados israelenses subiu bastante durante décadas e mais que dobrou desde o início dos anos 1990. Atualmente, aproximadamente 300 mil israelenses vivem entre 2,5 milhões de palestinos, na Cisjordânia. Outros 180 mil israelenses vivem em Jerusalém Oriental, em bairros capturados por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. As informações são da Associated Press.

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