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Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu durante coletiva de imprensa em Tel Aviv: ONU questiona a legalidade dos ataques | Gali Tibbon/Reuters
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu durante coletiva de imprensa em Tel Aviv: ONU questiona a legalidade dos ataques| Foto: Gali Tibbon/Reuters

Estragos

Ofensiva aérea sobre a Faixa de Gaza destrói 190 imóveis em 4 dias

Efe

Cerca de 190 casas e edifícios foram destruídos em Gaza desde o início da ofensiva militar israelense Limite Protetor.

A maior parte destas construções destruídas pela aviação e pela marinha de guerra israelense são imóveis privados, informou o Ministério do Interior da Faixa de Gaza.

Ontem, o bombardeio mais grave aconteceu em uma casa da cidade de Rafah, ao sul de Gaza, onde cinco membros da mesma família morreram em uma ação sem aviso prévio que segundo os moradores destruiu completamente o edifício e várias propriedades próximas.

Criticado

A estratégia do exército israelense de atacar imóveis civis na região da Faixa de Gaza sob a justificativa de que alguns de seus moradores estão vinculados ao movimento islâmico Hamas despertou críticas na comunidade internacional e também em Israel.

Falso

No dia 3 de julho, hackers entraram na conta do Twitter do Exército israelense e postaram um tuíte falso, onde se lia: "Atenção: vazamento possível na região depois que dois foguetes atingiram a instalação de Dimona". A mensagem falsa alarmou israelenses, ao afirmar que a usina nuclear em Dimona (que Israel nunca admitiu existir) teria sido atingida por disparos feitos a partir da Faixa de Gaza. O Exército Eletrônico da Síria, um grupo de hackers que apoia o presidente sírio Bashar al-Assad, assumiu a autoria da ação.

40 ativistas pró-Palestina fizeram ontem um protesto em frente ao consulado americano no centro do Rio de Janeiro (RJ) em repúdio à ofensiva militar de Israel contra a faixa de Gaza. Eles carregavam faixas e gritavam palavras de ordem contra Israel e os EUA. Vinte policiais e duas viaturas do Batalhão de Choque acompanhavam a movimentação. Até às 19h, não havia registros de violência. "Juventude Palestina, sua luta continua na América Latina", gritavam os manifestantes.

1,1 mil bombardeios de Israel contra cerca de 550 foguetes disparados pelo grupo fundamentalista Hamas são os números dos quatro dias de conflito. ONU questiona os ataques israelenses baseada no direito internacional.

Chegou a 103 ontem o número de palestinos mortos na Faixa de Gaza pela operação militar israelense Limite Protetor. Entre as vítimas, mais de 20 crianças.

Os ataques despertaram reações internacionais em todas as partes, a maioria pressionando Israel a encerrar a ação, e algumas inflamadas, como a do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que acusou o governo israelense de mentir e indagou se "algum foguete do Hamas matou alguém?".

O governo do Líbano chamou o Brasil a se posicionar contra Israel. O presidente dos EUA, Barack Obama, se disse disposto a mediar um cessar-fogo, ressaltando que Israel tem o direito à autodefesa. Mas o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, não se mostrou disposto a ceder aos apelos.

"Nenhuma pressão inter­­nacional nos impedirá de revidar contra os terroristas que nos atacam", afirmou Netanyahu durante uma coletiva de imprensa no Ministério da Defensa, em Tel Aviv.

A alta-comissária das Na­­ções Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse, em comunicado, ter "sérias dúvidas sobre se os ataques israelenses estão de acordo com o direito humanitário internacional" que proíbem ataques a civis. Até agora, houve mais de 1,1 mil bombardeios de Israel contra cerca de 550 foguetes disparados pelo grupo fundamentalista Hamas.

Na cidade israelense de Ashdod, um morteiro lançado de Gaza explodiu um posto de combustíveis, deixando oito civis feridos. No norte do país, um foguete disparado do Líbano atingiu um descampado em Kyriat Shmona, sem vítimas. Um porta-voz militar israelense disse que não pareceu um ataque do Hezbollah, mas sim de alguma organização querendo demonstrar apoio ao Hamas.

Palestinos e israelenses têm "guerra virtual"

Paralela ao conflito real, israelenses e palestinos travam uma guerra virtual. Vídeos de propaganda e ameaças mútuas circulam na internet. Hackers palestinos usam o Twitter e enviam mensagens de texto por celular com notícias falsas, além de invadir redes sociais para postar informações irreais.

O Hamas divulgou um vídeo no YouTube, em hebraico, onde se ouve: "Sionistas, lembram dos mísseis que fizeram Tel Aviv e o Parlamento israelense tremerem? Temos milhares deles".

Em resposta, israelenses produzem vídeos para explicar as ações do país ao mundo ou ironizar os clipes palestinos. Um vídeo, feito por estudantes da Faculdade Kiryat Ono, mostra um míssil voando em direção a Nova York, quando surge o Homem de Ferro, que consegue afastar o projétil no momento em que se chocaria contra um arranha-céu. E finaliza com a frase: "Em Israel, não há super-herói. Só realidade".

Outro vídeo, anônimo, que apareceu ontem na internet, parodia clipes palestinos, num hebraico tosco proposital: "Balestina [sic], escute! Essa é um aviso para Gaza! Sionistas fazem vídeo amedrontam Gaza [sic]! Preparem-se, é só o começo!".

No contra-ataque da propaganda, milhares de israelenses receberam mensagens em celulares, ontem, supostamente do respeitado jornal Haaretz, com a falsa notícia – num inglês duvidoso – de que 25 israelenses morreram em ataque a uma fábrica de Haifa, maior cidade do norte de Israel.

A mensagem seria obra do Hamas. Imediatamente, o Haaretz enviou e-mails aos assinantes alertando da farsa.

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