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Israel revoga status diplomático de representantes noruegueses na Autoridade Palestina
O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz| Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN

Israel anunciou nesta quinta-feira (8) que revogará o status diplomático dos representantes da Noruega junto à Autoridade Nacional Palestina (ANP), em resposta às medidas “unilaterais e anti-israelenses” do Executivo norueguês, como o reconhecimento do Estado Palestino.

“Aqueles que nos atacam e realizam uma política unilateral contra nós pagarão um preço”, afirmou o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, na carta enviada à embaixada da Noruega no país.

O ministro explicou que a decisão é tomada no contexto de “uma série de medidas unilaterais e anti-israelenses por parte do governo norueguês, incluindo o reconhecimento de um Estado palestino, a adesão ao processo contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça e declarações sérias de funcionários noruegueses de alto escalão".

O embaixador norueguês em Israel, Per Egil Selvaag, foi convocado nesta quinta ao Ministério das Relações Exteriores e recebeu a nota diplomática informando a Noruega da resposta israelense, de que irá revogar seu status diplomático dentro de sete dias.

A embaixada norueguesa acolhe um grupo de oito diplomatas noruegueses, cujas funções eram representar o país perante a Autoridade Palestina; e Katz ordenou a ruptura imediata da conexão com essa entidade, que governa pequenas partes da Cisjordânia, mas que a comunidade internacional reconhece como interlocutor legítimo do povo palestino, o que emergiu precisamente dos Acordos de Oslo.

“A medida é particularmente dolorosa para a Noruega, que está tentando envolver-se o máximo possível na questão palestina e preside a conferência de países que doam dinheiro à Autoridade Palestina”, declarou Katz.

A Noruega, juntamente com a Irlanda e a Espanha, reconheceram unilateralmente o Estado palestino no último dia 28 de maio, gerando divisão sobre a questão dentro da União Europeia e provocando a ira de Israel, que prometeu retaliação.

O consulado espanhol em Jerusalém, que é um dos consulados históricos na Terra Santa fundado em 1853, também recebeu ordens de Israel para "deixar de prestar serviços aos palestinos na Cisjordânia", já que a instituição, entre outras coisas, opera de fato como embaixada na Palestina, embora seu status seja diferente do da Noruega.

Oslo critica decisão

Por sua vez, o governo da Noruega criticou a decisão das autoridades de Israel.

“Este é um ato extremo que, acima de tudo, afeta nossa capacidade de ajudar a população palestina. Mostra mais uma vez que o governo [do premiê israelense, Benjamin] Netanyahu está trabalhando ativamente contra uma solução de dois Estados”, disse o ministro das Relações Exteriores norueguês, Espen Barth Eide, em um comunicado.

Eide garantiu que a Noruega será sempre uma “amiga” de Israel e do seu povo, mas que também tem sido “clara” nas suas críticas à “ocupação, à forma como a guerra tem sido conduzida em Gaza e ao sofrimento que esta causou à população civil palestina”.

“A decisão de hoje terá consequências na nossa relação com o governo de Netanyahu. Estamos estudando que medidas a Noruega tomará para responder à situação que o governo de Netanyahu criou”, acrescentou Eide.

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