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Chefe israelense diz que crise atual é "complicada"

Agência Estado

A chefe da delegação israelense, Tzipi Livni, disse que as negociações de paz com palestinos estão "em crise", mas precisam continuar. Livni falou à TV norte-americana Channel 2, neste sábado, após uma semana em que os trabalhos mediados pelos Estados Unidos falharam.

"Passamos por uma crise real" que é "muito complicada", disse Livni. Ela afirmou, contudo, que as conversas devem continuar, na esperança de que se chegue a um acordo de paz. A chefe da delegação israelense disse ainda que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deveriam falar diretamente.

Israelenses e palestinos devem se reunir no domingo sob supervisão do mediador americano Martin Indyk, depois que nos últimos dias o processo de paz pareceu chegar a seu fim após as disposições adotadas por ambas as partes.

De acordo com a edição online do jornal israelense "Ha'aretz", que cita fontes oficiais de Israel, na reunião estarão presentes a titular de Justiça, Tzipi Livni, e Isaac Moljo, emissário do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enquanto a parte palestina estará representada pelo negociador Saeb Erekat, e o chefe de a Inteligência palestina, general Majid Faraj.

O encontro vai acontecer após a advertência que formulou ontem, sexta-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, que manifestou que Washington está reconsiderando seu papel em futuras negociações de paz no Oriente Médio.

"É lamentável que nos últimos dias ambas as partes tenham adotado medidas que não são construtivas", manifestou Kerry.

"Há limites para a quantidade de tempo e de esforço que os EUA podem gastar se as partes não forem capazes de adotar passos construtivos", assinalou Kerry, principal impulsor do diálogo.

O encontro será o segundo desde que as conversas de paz entraram em verruma na última semana e depois que na noite da quinta-feira uma reunião similar concluísse em um rotundo fracasso, com as posições cada vez mais inflamadas, de acordo com fontes oficiais palestinas envolvidas na negociação.

Segundo "Ha'aretz", a parte israelense ameaçou os palestinos com sanções sem precedentes em resposta à declaração de Erekat de que sua equipe representava o estado ocupado da Palestina reconhecido pela ONU.

O negociador-chefe palestino também ameaçou, de acordo com fontes da negociação, aumentando a tensão, Israel seria levado aos tribunais internacionais por crimes de guerra.

Segundo o site do jornal "Al Mayadeen", vinculado à milícia xiita libanesa Hezbollah, Livni e Erekat se reuniram em segredo na sexta-feira.

Fontes da equipe de negociação palestina consultadas pela Efe não confirmaram a informação, mas também não desmentiram, enquanto funcionários israelenses não fizeram declarações a respeito durante a jornada de descanso sabático, que termina ao anoitecer.

O veículo libanês afirmou hoje que "as duas delegações se reuniram ontem à noite para abordar a elaboração de um plano de ação para reviver o processo de paz afastados dos meios de imprensa israelenses", informação que recolhe o digital israelense "Ynet".

O processo está à beira do colapso desde que, na semana passada Israel evitou seu compromisso de libertar a última leva de presos a que se comprometeu antes do reatamento do diálogo de 9 meses de duração, cujo prazo vence em 29 de abril.

Ao descumprimento israelense, a parte palestina respondeu com a assinatura de 15 solicitações de adesão a tratados e organismos internacionais, já que, em sua opinião, esse descumprimento os liberava de respeitar o compromisso de não comparecer às instituições mundiais enquanto a negociação estivesse acontecendo.

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