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Primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, visita região afetada por explosão de trem que carregava gás liquefeito em Viareggio | Reuters
Primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, visita região afetada por explosão de trem que carregava gás liquefeito em Viareggio| Foto: Reuters

Autoridades italianas foram pressionadas nesta quarta-feira (1º) a determinar os culpados de uma explosão em um trem de carga que incendiou casas próximas e queimou famílias inteiras enquanto dormiam.

O número de mortos da explosão da noite de segunda-feira (29) na cidade costeira de Viareggio subiu para 16, depois que uma menina de três anos de idade e um menino de dois morreram no hospital em consequência das queimaduras que sofreram. Vinte e sete pessoas ficaram feridas, várias delas com gravidade.

Jornais italianos cobraram explicações para saber quem era responsável pelo acidente. O La Repubblica perguntou "Quem é o Culpado?" e o Corriere della Sera alertou "Sem Desculpas".

Alguns jornais dedicaram dezenas de páginas ou mais para o desastre, um dos piores na memória recente dos italianos.

"O inferno dos inocentes", foi a manchete do romano Il Messaggero.

"Todos nós ficamos com medo. Simplesmente não entendíamos o que estava acontecendo, pensamos que fosse um ataque terrorista", disse Mirko Angelini, morador de Viareggio, ao norte de Roma.

O ministro da Infraestrutura, Altero Matteoli, disse ao Parlamento que "há checagens em andamento" sobre informações de que o eixo de um dos vagões que levava gás liquefeito de petróleo teve problemas, causando o descarrilamento e, em seguida, a explosão.

O trem era dirigido por um maquinista da operadora estatal de ferrovias da Itália, enquanto o vagão cujo eixo teria tido problemas pertencia a uma subsidiária da empresa norte-americana GATX Corp.

O maquinista do trem, Roberto Fochesato, disse ao Corriere della Sera: "não cometemos nenhum erro. Estávamos num inferno, mas não foi minha culpa."

A unidade da GATX disse que os vagões eram novos e divulgou comunicado em que afirma que "até agora não vimos nenhuma conexão entre as causas do acidente e nossos vagões."

Equipes de resgate suspenderam na quarta-feira as buscas por desaparecidos nos destroços de casas que desabaram. Um integrante das equipes de resgate disse que o paradeiro de uma pessoa ainda era desconhecido, mas acredita-se que ela estava entre os mortos ainda não identificados.

As histórias de vítimas do acidente dominavam o noticiário. O Corriere della Sera contou a de uma mãe que saiu correndo de casa com o filho Luca, de cinco anos, no colo. Ela o deixou dentro do carro para que ficasse em segurança e voltou para casa para pegar os outros dois filhos.

O carro pegou fogo enquanto ela voltava para casa e Luca morreu.

Emissoras de notícias da TV a cabo contavam histórias de famílias que morreram quando recebiam tratamento intensivo para suas queimaduras em hospitais locais.

"Ilaria e Michela, irmãs e amigas. Uma bola de fogo as queimou juntas", era um dos títulos do La Repubblica.

Esse foi o pior acidente ferroviário na Itália desde que 17 pessoas foram mortas em janeiro de 2005, quando um trem de passageiros colidiu com um trem de carga na cidade de Bolonha, no norte do país.

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