• Carregando...
Barco de salvamento transporta imigrantes resgatados na costa de Lampedusa, por onde tentavam ingressar na Itália | Fotos: Giuseppe Lami/Efe
Barco de salvamento transporta imigrantes resgatados na costa de Lampedusa, por onde tentavam ingressar na Itália| Foto: Fotos: Giuseppe Lami/Efe

Líderes europeus divergem sobre a política migratória

Os líderes da União Europeia divergiram ontem sobre a necessidade de revisar a política migratória. Os representantes dos países chegaram no segundo dia de debates em Bruxelas com diferentes abordagens sobre como construir um acordo a respeito da chegada de imigrantes no bloco.

Os países não conseguiram avançar na questão, que resulta em tensas relações entre os países mediterrâneos, como a Itália, Espanha e Grécia – a primeira porta de entrada para muitos imigrantes – e os países do Norte, relutantes em receber mais refugiados.

Política

Apesar de a União Europeia ter abolido o controle de fronteiras entre os mais de 28 paí­­ses membros, ainda não há uma política de imigração comum. Os países não estão autorizados a enviar imigrantes para nações no centro da Europa como uma forma de compartilhar os estrangeiros de maneira igual.

"Diante deste sofrimento estamos todos chateados, mas sabemos também que os fluxos migratórios são fenômenos complexos", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

Agência Estado

  • Entre os 700 imigrantes resgatados havia um número grande de mulheres e crianças

Um total de 700 imigrantes do norte da África – sendo centenas de mulheres e crianças– foi resgatado pelas forças de segurança italianas quando tentava chegar ilegalmente à costa do país, na madrugada de ontem. O episódio ocorreu enquanto líderes da União Europeia, reunidos em Bruxelas, se comprometiam a adotar medidas que previnam novas tragédias com imigrantes que tentam chegar por água ao continente.

Segundo a guarda costeira, os pedidos de resgate chegaram via satélite durante a madrugada. Apenas uma pessoa seguia desaparecida. As autoridades suspeitam que ela tenha caído no mar devido à superlotação das embarcações. Barcos faziam buscas na região.

O problema ganhou a atenção na UE no último dia 3, quando ao menos 366 pessoas, na maioria cidadãos da Eritreia, morreram afogadas a menos de um quilômetro da ilha italiana de Lampedusa. Também ontem, centenas de eritreus participaram de um funeral simbólico em homenagem às vítimas da tragédia diante da Câmara italiana, em Roma.

O funeral verdadeiro aconteceu na segunda-feira e gerou revolta porque 155 sobreviventes não foram autorizados a comparecer. Eles teriam de viajar de Lampedusa, onde estão provisoriamente abrigados, até a Sicília, onde ocorreu a cerimônia.

Na reunião da União Europeia, o premiê italiano Enrico Letta pediu aos colegas que aprovem o envio de mais ajuda ao seu país, à Grécia e a Malta, principais destinos dos africanos. ONGs estimam que cerca de 17 mil pessoas tenham morrido ao tentar cruzar o Mediterrâneo ilegalmente, nos últimos 20 anos.

Superlotação

Desde janeiro de 2013, 140 barcos com 13.075 refugiados chegaram à ilha de Lampedusa, que conta com somente 6 mil habitantes, de acordo com estimativas do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

O prefeito de Lampedusa, Giusi Nicolini, diz que a ilha tem enfrentado superlotação nos últimos meses com a chegada dos refugiados. O centro de abrigo conta com apenas 300 leitos e atualmente abriga 700 pessoas, além dos refugiados que estavam chegando após o resgate de ontem.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]