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coronavírus itália
Funcionário da empresa municipal Veritas pulveriza desinfetante em áreas públicas na Ponte Rialto, em Veneza| Foto: MARCO SABADIN/AFP

Nos primeiros dias de quarentena em toda a Itália, a capital, Roma, amanheceu com bares e restaurantes fechados, ruas desertas e pessoas trancadas em suas casas - conforme recomendou o governo. O isolamento é uma forma de conter a epidemia do coronavírus, que já infectou mais de 10 mil pessoas e matou 631 no país.

O decreto de quarentena para toda a Itália, anunciado na segunda-feira (9), proibiu deslocamentos pelo país, a não ser em casos de necessidade comprovada de trabalho, saúde ou em urgências. O transporte público continua funcionando, mas o primeiro-ministro Giuseppe Conte pediu que as pessoas fiquem em casa. Aqueles que têm de viajar devem preencher um documento explicando os motivos e levar essa declaração consigo, sob pena de multa.

As regras atingem 60 milhões de italianos e devem vigorar até 3 de abril.

Eventos foram suspensos e bares e restaurantes só devem abrir até as 18 horas, e em condições que garantam aos clientes pelo menos um metro de distância entre si. Em Milão, lojas que decidiram ficar abertas estão encontrando maneiras criativas de seguir as restrições do governo. Segundo o site americano Quartz, algumas delas passaram a usar fitas coloridas no chão para indicar a distância mínima entre clientes na fila do caixa, outras estão informando o máximo de pessoas permitidas de uma só vez dentro do estabelecimento.

Nesta terça-feira, no decorrer do dia, as ruas de Roma estavam mais quietas que o normal. Moradores encontravam lugares com facilidade no metrô, mesmo no horário de pico. E a Fontana di Trevi, geralmente lotada, ficou vazia. Pouco depois de as medidas serem anunciadas, consumidores correram para comprar alimentos e produtos de necessidade básica nos supermercados - mas apenas alguns compradores eram permitidos por vez, para garantir a distância mínima entre as pessoas. Escolas de todo o país permanecem fechadas.

Medidas econômicas

Conte anunciou nesta quarta-feira (11) que seu governo está desenvolvendo um plano para gastar 25 bilhões de euros para enfrentar a emergência do coronavírus. "Faremos todo o necessário", disse Conte em entrevista coletiva na quarta-feira.

O governo da Itália vai suspender os pagamentos de contribuições para a segurança social e hipotecas, para combater os danos econômicos causados pela disseminação do novo coronavírus, informaram ontem fontes oficiais.

De acordo com o ministro da Economia italiano, Roberto Gualtieri na primeira leva de medidas, o governo planeja suspender pagamentos de contas, impostos e hipotecas para aliviar a pressão sobre famílias e pequenos negócios.

A vice-ministra da Economia e Finanças, Laura Castelli, esperava que a medida fosse adotada ainda na terça, após reunião do Conselho de Ministros. O decreto deve cobrir "toda a Itália", disse ela em comunicado. Parte do decreto, que visa a garantir "liquidez às empresas", incluirá a suspensão do pagamento de contribuições sociais pelo empregador.

A associação de bancos da Itália disse na segunda-feira que credores que representam 90% do total de ativos bancários ofereceriam moratórias de dívida a pequenas empresas e família.

Conte disse que as autoridades da União Europeia mostraram "abertura" à necessidade da Itália de maior liquidez para "lidar com esta emergência".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta semana que pedirá ao Parlamento Europeu a liberação de 7,5 bilhões de euros em liquidez. "Vamos garantir que a ajuda estatal contra o coronavírus chegue a empresas que precisem", comentou, após videoconferência com autoridades da União Europeia. Von der Leyen anunciou a criação de um fundo de investimento para responder ao coronavírus e informou que haverá reunião de cúpula sobre a resposta à doença nos dias 26 e 27.

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