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Ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disputará as primárias do Partido Democrata para as eleições presidenciais de 2020 | Foto: JOSEPH PREZIOSO/AFP
Ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disputará as primárias do Partido Democrata para as eleições presidenciais de 2020 | Foto: JOSEPH PREZIOSO/AFP| Foto: AFP

Joe Biden, vice-presidente dos Estados Unidos no governo de Barack Obama, anunciou, nesta quinta-feira (25), que vai disputar as primárias democratas, lançando oficialmente sua terceira campanha para presidente pelo partido após meses de hesitação. Nas pesquisas de intenção de voto, ele já aparece como preferido entre os mais de 20 candidatos democratas.

Biden, de 76 anos, divulgou um vídeo de três minutos e meio na manhã nas redes sociais relatando o confronto violento entre supremacistas brancos e contra-manifestantes em Charlottesville, na Virgínia, em 2017, após o qual Trump disse que havia "algumas pessoas muito boas em ambos os lados".

"Naquele momento, eu sabia que a ameaça a essa nação era diferente de qualquer outra que já havia visto em nossa vida", disse Biden, acrescentando que "os valores centrais dessa nação, nossa posição no mundo, nossa própria democracia, tudo o que fez a América está em jogo. É por isso que hoje estou anunciando minha candidatura à presidência dos Estados Unidos".

O anúncio de Biden já estava sendo esperado há meses e certamente moldará os primeiros meses da disputa primária democrata de 2020, dada sua liderança inicial nas pesquisas nacionais. A mais recente, realizada pelo instituto Ipsos entre 17 e 23 de abril, mostra Biden com 24% das intenções de voto, enquanto o socialista Bernie Sanders aparece em segundo com apenas 15%. Uma semana antes, a Monmouth University publicou uma pesquisa com eleitores registrados que mostra Biden com sete pontos de vantagem sobre Sanders.

Boas chances

Os números são positivos apesar da recente onda de críticas que recebeu por seu estilo invasivo, depois que várias mulheres disseram que se sentiam desconfortáveis com sua aproximação física. Em resposta, Biden postou um vídeo dizendo que "as normas sociais estão mudando" e que ele ficaria "muito mais atento" a seu comportamento. Dois dias depois, no entanto, ele brincou duas vezes sobre as queixas durante um discurso a sindicalistas.

Em uma declaração fornecida ao New York Times, o ex-presidente Obama elogiou Biden, mas não ofereceu um endosso oficial

Esta é a terceira vez que Biden concorre às primárias democratas. Suas primeiras corridas presidenciais, no entanto, foram desilusões. Em 1988 foi desbancado pelo escândalo que revelou que ele havia plagiado um discurso do líder do Partido Trabalhista Britânico, Neil Kinnock, entre outros. Duas décadas depois, em 2008, Biden oficializou sua campanha presidencial como o mais experiente candidato democrata no campo, especialmente em questões de segurança nacional, mas não obteve sucesso – meses depois Obama o escolheu como seu companheiro de chapa.

O que, então, o coloca na liderança das pesquisas de intenção de voto entre os democratas?

Uma análise feita pelo site americano Quartz aponta que o fator-chave para Biden é o próprio presidente Donald Trump. A publicação ressalta que nas eleições de 2016, os democratas perderam contato com sua tradicional base de eleitores brancos da classe trabalhadora, especialmente em estados-chave como Michigan, Wisconsin e Pensilvânia.

"Biden - criado em Scranton, Pensilvânia - está bem posicionado para cortejar os eleitores de Obama que mudaram para Trump nesses estados-chave. Pesquisas recentes da Emerson mostram que ele tem grandes chances em dois dos três [estados]", escreve a jornalista Ana Campoy, salientando que ele também pode conquistar votos de republicanos insatisfeitos com a administração Trump.

Se mostrar diferente dos demais candidatos democratas será uma vantagem para Biden. Segundo lembrou o jornalista Harry Enten, da CNN, cerca de 50% dos eleitores democratas se dizem moderados ou conservadores, mas a maioria dos competidores de Biden parece ignorar este fato, movendo-se cada vez mais em direção à esquerda.

Os candidatos das primárias democratas

  1. Joe Biden - ex-vice-presidente dos EUA (2009 - 2017)
  2. Bernie Sanders - senador por Vermont
  3. Kamala Harris - senadora pela Califórnia
  4. Beto O'Rourke - ex-deputado pelo Texas (2013-2019)
  5. Elizabeth Warren - senadora pelo Massachusetts
  6. Cory Booker - senador por Nova Jersey
  7. Pete Buttigieg - Prefeito de South Bend, Indiana
  8. Amy Klobuchar - senadora pelo Minnesota
  9. Julian Castro - ex-prefeito de San Antonio, Texas (2009-2014)
  10. Kirsten Gillibrand - Senadora por Nova York
  11. John Hickenlooper - ex-governador do Colorado (2001-2019)
  12. Andrew Yang - empresário e fundador do Venture for America
  13. Tulsi Gabbard - deputada do Havaí
  14. John Delaney - deputado de Maryland
  15. Jay Inslee - governador de Washington
  16. Tim Ryan - deputado de Ohio
  17. Marianne Williamson - escritora, palestrante e ativista
  18. Eric Swalwell - deputado da Califórnia
  19. Wayne Messam - prefeito de Miramar, Flórida
  20. Mike Gravel - ex-senador pelo Alasca (1969-1981)
  21. Seth Moulton - deputado de Massachusetts
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