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“Queremos paz e tranquilidade”, diz o protesto contra os conflitos na Faixa de Gaza. Disparos arriscam o cessar-fogo de cinco meses | Amir Cohen/Reuters
“Queremos paz e tranquilidade”, diz o protesto contra os conflitos na Faixa de Gaza. Disparos arriscam o cessar-fogo de cinco meses| Foto: Amir Cohen/Reuters

Motivos econômicos emperram os tratados

A advogada de origem judaica e professora de Geopolítica do Grupo Positivo, Luciana Worms, também enxerga fatores econômicos na participação dos norte-americanos no impasse israelo-palestino. Para ela, o mais importante aos Estados Unidos não é o acordo de paz em si, mas sim a foto do acordo, como uma forma de garantir os interesses conjuntos.

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Netanyahu copia estratégias de Obama na corrida eleitoral

O candidato de extrema-direita que disputa a campanha para primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tomou um "banho de loja" e literalmente copiou a bem-sucedida estratégia de marketing digital do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama. A cópia – ou homenagem – foi flagrada pelo jornal New York Times essa semana.

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Desde a gestão de Jimmy Carter na Casa Branca (1977–1981), os presidentes norte-americanos tradicionalmente intercedem por acordos de paz entre palestinos e israelenses. George W. Bush encerra o mandato com o tratado de Anápolis encaminhado para o presidente eleito Barack Obama, mas analistas pessoalmente envolvidos com a questão judaico-palestina ouvidos pela Gazeta do Povo questionam a prioridade que os Estados Unidos darão para a solução do conflito.

O colunista-sênior do jornal Jerusalem Post Amotz Asa-El relatou que o clima das ruas da capital de Israel reflete o que as pesquisas estão indicando – o conservador Benjamin Netanyahu, líder do partido Likud, deve derrotar o partido de situação e encabeçar o próximo governo israelense. As eleições antecipadas no país devem ocorrer em fevereiro, o que por si só já atrasaria as negociações, mesmo se Netanyahu já não tivesse declarado que é contra o tratado de paz da forma que foi descrito em Anápolis.

Segundo Asa-El, nesse contexto os Estados Unidos demorarão para dar atenção novamente à mediação de paz. "A nova presidência norte-americana estará envolvida até o pescoço com a crise econômica por pelo menos um ano, e nesse período fará pouco nas fronteiras árabe-israelenses", declarou à reportagem. Ele também reforçou que o Irã, peça-chave nos conflitos pela posição agressiva anti-israelense e patrocínio de grupos extremistas, entra em eleições presidenciais em junho. "Os Estados Unidos também esperarão pelo sucessor de Mahmoud Ahmadinejad", reforçou Asa-El.

Enquanto os representantes de Estado ligados ao conflito passam por sucessão, as agressões entre cidadãos voltam a crescer. Há quase três semanas foguetes e morteiros têm sido disparados quase que diariamente na Faixa de Gaza, fato que vem ameaçando o cessar-fogo mediado pelo Egito em vigor desde junho. Quem afirmou ter disposição para manter a trégua firmada com Israel foi o representante do grupo palestino Hamas na região, Ismail Haniyeh. Outro episódio de tensão ocorrido essa semana foi a vandalização de um cemitério palestino e uma mesquita em Hebron, na Cisjordânia. Israelenses que ocupam o local são acusados de escrever pichações como "Maomé é um porco" em território sagrado para os muçulmanos.

O jornalista Szyja Ber Lorber, membro-diretor da comunidade israelita do Paraná e editor do jornal Visão Judaica, reforça que em momentos de crise e insegurança o partido Likud realmente ganha força em Israel. "Quando a questão da segurança vem à tona e violência toma as ruas, o discurso mais duro e mais conservador de Netanyahu conquista melhor os judeus; o partido Kadima (partido de situação) passa mais insegurança", avalia.

Lorber lembra que nem sempre os Estados Unidos foram favoráveis à questão israelense, citando os interesses econômicos e o contexto da criação do estado de Israel, há 60 anos. "Além de serem aliados dos ingleses, àquela época mandatários do território da Palestina, os Estados Unidos sempre foram muito pragmáticos. O mercado árabe sempre foi muito maior que o palestino, e o maior consumidor e importador de petróleo do mundo não iria menosprezar isso – a ponto de tolerar leis discriminatórias árabes, coisa que não tolera em mais lugar nenhum. Os Estados Unidos só apoiaram a criação de israel em 1948 por convicções pessoais do presidente Harry Truman, que atuou contra o próprio departamento de Estado", contou o israelita.

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