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Jordan Bardella, o jovem líder de direita que pode se tornar o novo premiê da França
Jordan Bardella liderou o RN, partido de Le Pen, durante a campanha que venceu por ampla maioria as eleições para o Parlamento Europeu na França| Foto: EFE/EPA/ANDRE PAIN

"É um vento de esperança e é apenas o começo”.

Foi o que disse o jovem Jordan Bardella após liderar o partido Rassemblement National (RN), de direita, à vitória nas eleições da França para o Parlamento Europeu neste domingo (9).

O RN conquistou 30 cadeiras no Parlamento, 12 a mais do que na última legislatura, e deu um golpe no governo do presidente Emmanuel Macron, que, diante do cenário desfavorável, decidiu dissolver o Parlamento nacional francês e convocar novas eleições.

Aos 28 anos, Bardella, que já acumula mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais, é visto como a nova face da direita francesa e também o provável futuro líder dela.

Carismático e elegante, o político conseguiu se conectar com os mais jovens e seus discursos se tornaram atraentes para aqueles que não estão de acordo com as políticas adotadas pelo atual governo.

Bardella, que desde 2022 preside o RN (Reagrupamento Nacional, em português), partido do qual faz parte a tradicional líder de direita Marine Le Pen, teve uma carreira meteórica dentro da política francesa.

Seus passos neste mundo começaram aos 16 anos, quando decidiu fazer parte do RN. Rapidamente, Bardella começou a conquistar posições de liderança dentro da legenda da direita francesa, assumindo os papéis de porta-voz, vice-presidente e, finalmente, presidente do partido.

Filho único de imigrantes italianos, Bardella nasceu em Drancy, um dos subúrbios de Paris, em 1995. Sua chegada à presidência do RN marcou a primeira vez que alguém fora da família Le Pen comandou o partido. O político de direita integra o Parlamento Europeu desde 2019, quando também liderou a sigla de Le Pen nas eleições europeias daquele ano.

Bardella, que também é conselheiro da região do Île-de-France desde 2015, chegou a iniciar uma faculdade de geografia em uma universidade de Paris, mas decidiu abandonar o curso para se dedicar inteiramente à política.

O jovem político francês é um crítico das atuais normas migratórias de Macron e da União Europeia (UE). Durante a campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, Bardella criticou com bastante ênfase o descontrole nas fronteiras do continente europeu e também a imposição das regras ambientais da UE.

Na França, Bardella criticou o que chamou de “ambientalismo punitivo” do governo Macron e clamou por mudanças nessa aérea e por políticas mais duras para controlar a entradas de imigrantes. Ele também se posicionou contra a postura de Macron perante o conflito na Ucrânia, acusando o presidente francês de “colocar mais lenha na fogueira” ao defender o envio de soldados da OTAN para o país invadido por Vladimir Putin.

O jovem líder de direita, frequentemente elogiado por Le Pen, já deixou claro em muitos discursos que sua visão para a França envolve menos Europa e mais autonomia nacional.

Neste domingo, ao descrever Macron como um “político enfraquecido”, Bardella disse que a França havia dado o seu veredito nestas eleições europeias e contra isso “não há apelação”.

"Nossos compatriotas expressaram um desejo de mudança e também um caminho para o futuro”, disse ele.

Bardella será o candidato de Le Pen ao cargo de premiê da França

Nesta segunda (10), Marine Le Pen confirmou que Bardella será seu candidato a primeiro-ministro da França caso o RN vença as eleições legislativas nacionais que serão disputadas em 30 de junho e 7 de julho.

“Há meses estamos trabalhando juntos, como uma dupla de governo, para o momento em que chegarmos ao poder”, disse Le Pen em uma entrevista à emissora de televisão TF1.

Le Pen tem como objetivo principal chegar à presidência por meio das eleições de 2027, quando termina o mandato de Emmanuel Macron, que não poderá se candidatar novamente.

Pesquisa aponta para maioria de direita nas eleições nacionais

De acordo com uma pesquisa divulgada na revista semanal Challenges após a convocação de eleições antecipadas por Macron neste domingo, o RN conseguiria a maior bancada no Parlamento, com de 235 a 265 deputados [atualmente conta com 89], perto da maioria absoluta, que é de 289.

O primeiro-ministro é nomeado pelo presidente da República, que deve levar em conta o peso dos partidos na Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento, já que ela terá que dar sua aprovação.

“Nosso projeto se baseia na defesa do poder de compra, na melhora da economia e, é claro, na luta contra a insegurança e a imigração”, disse Le Pen.

A líder de direita, que se candidatará à reeleição como deputada, advertiu que a França deve “se recuperar” e estendeu a mão para os políticos do partido conservador Os Republicanos, ao dizer que são “patriotas e estão em franco desacordo com as políticas de Emmanuel Macron”.

De acordo com a pesquisa da Challenges, Os Republicanos podem ser a chave para a governabilidade do país, pois devem conseguir de 40 a 55 assentos.

A corrente ligada a Macron ficaria em segundo lugar, ainda segundo a pesquisa, obtendo de 125 a 155 deputados, e uma possível aliança de esquerda sob o nome Nupes viria logo atrás [entre 115 e 145 deputados]. (Com Agência EFE)

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