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Os principais jornais de Honduras destacam nesta quinta-feira (22) a paralisação do diálogo pelo fim da crise política no país. Em seu site, o "La Tribuna" nota que há "48 horas de silêncio" nas conversas pelo fim do impasse, em meio à troca de acusações. O principal ponto de divergência é a volta do presidente eleito Manuel Zelaya ao poder. Deposto em 28 de junho e expulso do país, Zelaya retornou a Tegucigalpa em 21 de setembro e, desde então, está abrigado na Embaixada do Brasil na capital hondurenha.

Enviados de Zelaya mantinham negociações com delegados do governo de facto (termo usado pela diplomacia para designar o governo golpista), liderado por Roberto Micheletti. Na quarta-feira (21), porém, novamente houve apenas reuniões separadas de cada um dos lados, sem um diálogo entre eles, disse o "La Tribuna". Os representantes de Micheletti colocam a culpa na paralisação nos assessores do líder deposto, segundo o jornal "El Heraldo". Já os partidários de Zelaya dizem que o governo de facto tenta prolongar o impasse, sem apresentar propostas sérias para o fim da crise.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse na quarta-feira em reunião em Washington que a entidade nunca respaldará as ações do governo golpista. Ele também condenou o barulho proposital perto da embaixada brasileira, qualificado pelo embaixador do Brasil na OEA, Ruy Casaes, como "tortura do ruído".

Micheletti rebateu as declarações de Insulza. O presidente de facto pediu "maior juízo" e prudência" ao secretário-geral. A OEA e diversos países da região ameaçam não reconhecer as eleições presidenciais marcadas para 29 de novembro, caso Zelaya não volte à presidência antes dessa data.

O coordenador da equipe de negociação de Zelaya, Víctor Meza, chamou o negociador do governo de facto Arturo Corrales de "mentiroso", informou o "La Tribuna". Segundo Meza, Corrales foi até a Embaixada do Brasil para falar com Zelaya nesta semana por conta própria, e não como convidado, como chegou a ser divulgado.

Zelaya foi afastado do cargo quando tentava reformar a Constituição para, segundo seus críticos, buscar a reeleição. O Legislativo e a Suprema Corte do país denunciaram a iniciativa como inconstitucional e depuseram o líder. O afastamento por meio de um golpe militar, porém, foi condenado pela comunidade internacional.

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