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liberdade de imprensa china
Policiais paramilitares patrulham perto da Praça da Paz Celestial durante o dia mundial da Liberdade de Imprensa, em 3 de maio| Foto: NICOLAS ASFOURI /AFP

Um jornalista chinês, preso desde 2018, foi condenado a 15 anos de prisão por difamar o Partido Comunista e o governo da China. A sentença para Chen Jieren foi publicada em 30 de abril por uma corte da província de Hunan.

Chen Jieren trabalhou para a imprensa estatal, mas se tornou blogueiro a ativista anti-corrupção. Em meados de 2018 ele escreveu um artigo em seu blog acusando um funcionário sênior do Partido de ter falsificado sua idade e o tempo de sua participação no Partido Comunista da China. Na quinta passada, a justiça o acusou de "provocar problemas", de extorsão, chantagem e suborno. Segundo o tribunal, ele "atacou e difamou o Partido Comunista e o governo", publicando "informações falsas" e "especulações maliciosas". Grupos de direitos humanos alegam que esta é uma tentativa da China de punir o jornalista por seu discurso político nas redes sociais.

A China é o país que mais prende jornalistas no mundo, mantendo 109 profissionais atrás das grades, segundo balanço da organização Repórteres Sem Fronteiras publicado em abril. É também o quarto pior no ranking de liberdade de imprensa, atrás apenas de Coreia do Norte, Eritreia e Turcomenistão.

Prisões arbitrárias na pandemia

Em 27 de abril, a organização de direitos humanos Human Rights Watch pediu às autoridades chinesas a liberação de três ativistas e dois jornalistas que desapareceram após reportarem publicamente sobre o surto de Covid-19. Segundo a ONG, três ativistas baseados em Pequim, que operavam uma página na internet para coletar artigos sobre a Covid-19 e postagens de censuradas nas redes sociais, e os jornalistas Chen Qiushi e Fang Bin, que desapareceram à força em Wuhan em fevereiro de 2020 por reportarem independentemente sobre o pandemia, estão detidos arbitrariamente pelo governo chinês.

"Enquanto Pequim está aumentando sua propaganda global exaltando seu 'sucesso' em conter a Covid-19, também está fazendo desparecer os que relatam independentemente sobre a pandemia", disse Yaqiu Wang, pesquisador da China para o Human Rights Watch.

Expulsão de jornalistas

Em 17 de março o governo chinês expulsou do país jornalistas do New York Times, Wall Street Journal e Washington Post, publicações americanas, mas que não têm relação com a Casa Branca. A ação foi considerada uma resposta desproporcional à medida dos EUA de expulsar 60 jornalistas de meios de comunicação estatais chineses de seu território.

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