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O jornalista equatoriano Emilio Palacio anunciou nesta quinta-feira (30) que obteve asilo político nos Estados Unidos, para onde se transferiu após ser condenado junto com outros diretores do jornal "El Universo" a três anos de prisão e ao pagamento de US$ 40 milhões devido a uma denúncia apresentada pelo presidente Rafael Correa.

"A aprovação reflete o claro reconhecimento do governo dos EUA de que o senhor Palacio foi vítima de perseguição por parte do governo do Equador e de seu presidente Rafael Correa", disse sua advogada, Sandra Grossman, em entrevista coletiva em Miami.

Palacio acrescentou que a concessão do asilo foi dada em 17 de agosto, um dia depois do governo equatoriano oferecer asilo a Julian Assange", o fundador de Wikileaks. O jornalista agradeceu o governo americano não só pelo asilo, mas por ter demonstrado um "forte apoio à liberdade de expressão no Equador".

"Agradeço muito mais a isso do que a ajuda que me deram", afirmou Palacio, que assim como outros condenados do "El Universo" foi "perdoado" por Correa após recorrer de sua condenação e ganhar o processo na justiça.

A advogada de Palacio disse que desde que Correa assumiu o poder, em 2007, seu cliente e muitos outros jornalistas equatorianos "foram vítimas de constantes insultos públicos, de queixas criminais apresentadas contra eles por parte do governo, do fechamento de meios de comunicação e da imposição de linhas editoriais oficiais".

O Equador, afirmou Sandra, é um dos poucos países no hemisfério ocidental que ainda criminaliza ataques aos funcionários públicos por meio de leis de desacato. Sandra acrescentou que este prerrogativa foi utilizada por Correa em março de 2011 para processar Palacio e os diretores e principais acionistas do jornal "El Universo".

Palacio e os diretores da publicação, os irmãos César, Carlos e Nicolás Pérez foram condenados a prisão e ao pagamento de uma multa milionária devido a um artigo publicado em fevereiro de 2011. O jornalista afirmava nessa coluna que Correa tinha ordenado abrir "fogo" contra um hospital cheio de civis durante uma revolta policial em 30 de setembro de 2010.

Correa, ao tentar sufocar o protesto, ficou preso no hospital e só foi resgatado após uma operação militar que deixou três pessoas mortas.

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