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Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou| Foto: WALTER PACIELLO / AFP /PRESIDÊNCIA DO URUGUAI

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, disse que "não estava disposto a obrigar os uruguaios a confinar-se e ir em rumo a um Estado policial", ao comentar sobre a resposta do governo uruguaio à pandemia de Covid-19 em entrevista a um canal de televisão argentino nesta terça-feira (14).

O Uruguai é considerado um dos casos de sucesso no combate à disseminação do novo coronavírus nas Américas, com 997 casos da doença e 31 mortes, e com uma taxa de mortes por milhão de 8,99, bastante inferior às registradas na Argentina (44,2) e no Brasil (353,8). Os bons resultados foram conquistados com a responsabilidade individual dos cidadãos sobre a doença e não com a imposição de quarentenas rígidas e lockdowns, como fizeram outros países – inclusive a Argentina.

Além de contar com um bom sistema de saúde e indicadores sociais, o governo uruguaio foi rápido em fechar suas fronteiras e suspender as aulas e grandes eventos e aglomerações. Não obrigou, mas incentivou que a população ficasse em casa se possível e teve o pedido atendido. Uma pesquisa de opinião da consultoria Cifra relevou que 90% dos uruguaios aderiram ao isolamento voluntário. Já o levantamento do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde, da Universidade de Washington, mostrou que em abril a mobilidade no país havia caído em 55% – atualmente está 24% menor do que antes da pandemia. Testes em massa também foram realizados, com o auxílio de um sistema de rastreamento de pessoas que poderiam ter sido contaminadas pelo patógeno.

"Eu sempre insisti que não importa apenas que as medidas sejam boas, importa o tempo em que se tomam", disse Lacalle Pou.

Sobre a decisão de não impor uma quarentena, o presidente disse que "o uruguaio tem uma vocação genética para a liberdade" e explicou que, para o seu país, a liberdade "é um bem muito precioso" e "um valor" bastante defendido pela população.

Lacalle Pou contou que quando recomendavam a ele que impusesse o confinamento no país, ele respondia: "Alguém está disposto a ir comigo prender pessoas porque elas estão tentando ganhar seu dinheiro?" e descartava a ideia. "Há um pacto cidadão de liberdade responsável, de que minhas atitudes como cidadão me beneficiam e beneficiam o denominador comum ou prejudicam a mim e a todo o Uruguai", completou.

O presidente de centro-direita ainda lembrou que, apesar de a situação epidemiológica estar sob controle no país, o resultado ainda é parcial porque o vírus está circulando pelo mundo e por isso não se deve "baixar a guarda".

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