O funcionário papal que comanda a congregação religiosa católica Legionários de Cristo, que caiu em desgraça, alertou nesta quarta-feira (27) que a ordem conservadora ruma para um "naufrágio certo" a não ser que seus superiores e integrantes trabalhem juntos para mudar o curso, após revelações chocantes de que seu fundador, o reverendo Marciel Maciel, tinha uma vida dupla. O arcebispo Velasio De Paolis advertiu, em carta aos legionários, que levará pelo menos três anos para reformar a congregação.
O papa Bento XVI nomeou De Paolis para comandar a congregação após uma investigação de oito meses do Vaticano determinar que os Legionários de Cristo precisam ser "purificados" e libertados da influência do reverendo Maciel.
Maciel fundou a ordem em 1941, na Cidade do México. Rapidamente, a ordem virou uma das de maior crescimento na Igreja Católica. O papa João Paulo II admirava os Legionários de Cristo pela sua ortodoxia e habilidade em atrair doações e padres, apesar das acusações de que Maciel era pedófilo e viciado em drogas.
Em fevereiro de 2009, os legionários admitiram que Maciel era pai de uma criança. Mais tarde, a ordem também admitiu que Maciel abusou sexualmente de seminaristas durante décadas e foi pai de outras duas crianças. Maciel, que era padre, morreu em 2008. As revelações levaram o caos à congregação, em parte porque os seguidores, cerca de 70 mil em vários países nas Américas e na Europa, reverenciavam Maciel quase como um santo. As informações são da Associated Press.
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