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África do Sul

Libertado homem ligado a Jacob Zuma e condenado por corrupção

Um homem de negócios condenado em um escândalo de corrupção, envolvendo o principal candidato à presidência da África do Sul, Jacob Zuma, conseguiu liberdade condicional por razões médicas nesta terça-feira (3). Partidos de oposição acusaram o Congresso Nacional Africano, atualmente no poder, de ter influenciado a decisão. Schabir Shaik, amigo próximo e ex-conselheiro de negócios de Zuma, foi condenado em 2005 a 15 anos de prisão por suborno, fraude e corrupção.

O juiz concluiu que Shaik fez pagamentos de cerca de 1,2 milhões de rands (US$ 120 mil) para Zuma e tentou assegurar pagamentos de 500 mil rands (US$ 50 mil pelo câmbio atual) por ano para o então vice-presidente para desviar investigações de corrupção sobre uma fabricante de armas francesa.

Zuma é acusado de cumplicidade nas tentativas de Shaik de solicitar suborno. Ele não foi julgado em razão de prolongados disputas legais, mas conseguiu um excelente retorno político e deve se tornar o próximo presidente do país após as eleições de 22 de abril, que, tudo indica, serão vencidas pelo Congresso Nacional Africano.

Durante a maior parte de sua prisão, Shaik sofreu de hipertensão aguda, disseram funcionários da prisão. Ele chegou em sua casa numa ambulância e foi levado para dentro numa maca. Pela lei sul-africana, pessoas em estágios finais de doenças terminais podem se capacitar para liberdade condicional por razões médicas

O ministro de Serviços Correcionais, Ngconde Balfour, disse que três médicos forneceram informações para o comitê de condicional. "A conclusão unânime de um grupo de três médicos mostra que o senhor Shaik está na fase final de sua condição terminal", disse Balfour em comunicado. "Tendo estudado o conteúdo dos relatórios submetidos a mim pelo comitê de condicional, eu acho que a decisão tomada é correta", acrescentou Balfour.

Patricia de Lille, que lidera o pequeno e independente partido Democratas, disse que a condicional de Shaik é "repugnante" e o resultado de interferência política de Zuma e do Congresso Nacional Africano. "O que acontece com milhares de outros prisioneiros que nunca tiveram acesso aos comitês de condicional, mesmo que alguns deles estejam nos estágios finais de suas doenças terminais?", perguntou ela.

O principal partido de oposição, a Aliança Democrática, pediu que as autoridades prisionais divulguem todos os detalhes das condições médicas de Shaik. A Organização dos Prisioneiros Sul-africanos para Direitos Humanos disse que cerca de 2,5 mil detentos morreram na prisão no ano passado sem terem recebido liberdade condicional.

"Isso prova que se você é um companheiro do Congresso Nacional Africano tudo é possível: até um cartão de liberdade da prisão", disse o Partido da Liberdade Inkatha. As informações são da Associated Press.

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