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Cratera formada pela explosão de caminhão-bomba em frente do Hotel Marriot, em Islamabad; ataque matou pelo menos 53 | Farooq Naeem/AFP
Cratera formada pela explosão de caminhão-bomba em frente do Hotel Marriot, em Islamabad; ataque matou pelo menos 53| Foto: Farooq Naeem/AFP

Islamabad - O novo presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, e seu primeiro-ministro deveriam jantar no hotel Marriot na noite de sábado, quando o local foi devastado por uma caminhão bomba. A informação foi revelada ontem.

O porta-voz do Ministério do Interior, Rehman Malik, disse que Zardari e Yousaf Raza Gillaini mudaram seus planos no último minuto e decidiram se encontrar na casa do premier. Malik não informou qual foi o motivo da decisão. "Talvez os terroristas soubessem que o Marriott receberia o jantar com todos os líderes do governo, incluindo o presidente, o premier e a presidente do Parlamento", disse o porta-voz.

Pelo menos 53 pessoas morreram e outras 266 foram feridas com a explosão. Entre os mortos está o embaixador da República Checa, um vietnamita e dois membros do Exército americano que trabalhavam na Embaixada dos EUA em Islamabad.

O governo do país qualificou o ataque de "o maior atentado da história do Paquistão". No domingo, Islamabad divulgou imagens de tevê, feitas por câmeras do circuito interno do hotel, que mostram um caminhão tentando passar pela barreira de segurança, a cerca de 200 metros do prédio.

As imagens mostram uma pequena explosão na cabine do caminhão – provavelmente o motorista, que se explodiu com uma granada –, seguida de um incêndio. Alguns minutos depois, enquanto agentes de segurança tentavam apagar o fogo, o caminhão explodiu, atingindo em cheio o prédio de cinco andares, com 290 quartos.

Sobreviventes disseram que os seguranças do hotel salvaram muitas vidas ao pedirem para que os hóspedes se dirigissem para os fundos do edifício, entre o primeiro incêndio no caminhão e a explosão final. O hotel, o principal da capital e um dos destinos favoritos de turistas, diplomatas, executivos estrangeiros e de políticos paquistaneses, ainda corre o risco de desabar.

Zardari qualificou o atentado de covarde. "Isso é uma epidemia, um câncer que nós vamos eliminar do Paquistão", disse ele em um pronunciamento na tevê. "Não podemos ter medo desses covardes." O presidente dos EUA, George W. Bush, também condenou o atentado. "Esse ataque é uma lembrança das ameaças que ainda pesam sobre o Paquistão, os EUA e todos aqueles que lutam contra o terrorismo", disse Bush, que está em Nova Iorque para sua última reunião da Assembléia-Geral da ONU.

Captura

Ontem, homens armados seqüestraram o cônsul-geral afegão no Paquistão logo depois de matarem a tiros o motorista dele na cidade de Peshawar, informou a polícia.

"O cônsul-geral (Abdul Khaliq Farahi) viajava quando homens armados e mascarados interceptaram seu veículo e o levaram após matar o motorista’’, afirmou Noor Mohammad, segundo secretário no consulado afegão em Peshawar.

De acordo com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afegão, Sultan Baheen, o cônsul-geral foi recentemente designado para ser o próximo embaixador afegão no Paquistão, mas ainda não havia assumido o posto.

O Ministério das Relações Exteriores do Paquistão condenou o seqüestro e o assassinato, e informou que todas as medidas estão sendo tomadas para garantir o retorno seguro do diplomata.

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