No meio de uma extensa agenda oficial em Moçambique, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido nesta quinta-feira (16) pelo ex-presidente da África do SulNelson Mandela. Os dois - acompanhados da esposa de Mandela, Graça Machel, viúva do ex-presidente de Moçambique Samora Machel - conversaram por cerca de 30 minutos. No final, Mandela acompanhou Lula e os dois posaram para fotos.
A pedido do presidente, Mandela fez um breve pronunciamento:
"Estou muito honrado em receber o presidente. Na minha idade, eu estaria cavando a minha própria sepultura. Na minha idade, não me reúno mais com presidente. É uma grande honra poder recebê-lo", disse Mandela.
Logo em seguida, Lula foi ao Monumento aos Heróis Moçambicanos e depositou flores. O presidente saiu pelas ruas e foi saudado por vários grupos de moçambicanos, que cantaram e dançaram em sua homenagem.
O primeiro compromisso de Lula foi com o presidente de Moçambique, Armando Ermílio Guezuba, no Gabinete da Presidência da República, onde houve reunião e assinatura de atos nas áreas de cultura, agricultura, esportes, nutrição e comunicação. Na reunião, Lula cobrou agilidade do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim na implantação da fábrica de remédios para tratamento da Aids.
- Eu digo isso em todos os lugares e o Celso Amorim fica se remoendo de raiva, eu sinto que as coisas que nós tratamos e aprovamos demoram muito para acontecer. Entre o nosso sonho, o nosso desejo, a nossa vontade, a nossa decisão e a coisa acontecer leva mais tempo que a gente precisa. Essa fábrica de retrovirais, eu vim aqui em 2003, fizemos um ato, já faz cinco anos e agora é que vai acontecer - disse Lula.
O ministro reagiu:
- Desculpa presidente, sem querer defender, porque não somos nós que fazemos o estudo. Foi feito um estudo de viabilidade sério e está realmente montada para servir os interesses de Moçambique e das regiões próximas.
Lula não se deu por satisfeito com a explicação e insistiu no assunto. Segundo Lula, a implantação da fábrica está demorando "prá caramba".
- É que o mandato do presidente tem cinco anos. No tempo que você tinha os faraós, o imperador, as coisas aconteciam. Essa é uma inquietação que eu tenho. Não estranhe não, porque eu me queixo em todo o lugar - afirmou.
E ainda ganhou o apoio do presidente Guezuba:
- Eu concordo. A impaciência é própria daqueles que estão preocupados com os resultados concretos. Eu penso que é preciso um caminho para acelerar mais o passo.
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