Mais de mil pessoas foram detidas na Venezuela nesta semana nos diversos protestos em várias regiões do país contra o resultado oficial das eleições presidenciais do último domingo (28), que foi o de vitória do ditador Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (31) o procurador-geral, Tarek William Saab, que é um aliado do regime de Caracas.
Ainda de acordo com ele, se for comprovado, após a “investigação correspondente”, que alguns dos detidos não participaram dos protestos, eles serão “liberados”, mas “aqueles que forem considerados responsáveis [...] serão privados de sua liberdade por muitos anos”.
Saab disse que, segundo com um balanço preliminar, 77 membros das forças de segurança ficaram feridos durante os protestos, 29 a mais do que na terça-feira (30), quando ele também informou a morte de um sargento no estado de Aragua.
O procurador chavista mostrou uma sequência de vídeos do que classificou como “ataques terroristas” nos quais aparecem “grupos que não podem ser chamados de manifestantes pacíficos”, e disse que nos protestos há “grupos paramilitares” e que “os comanditos” - como são chamados os grupos de organização política da campanha do candidato opositor Edmundo González Urrutia - “eram grupos criminosos”.
Saab ressaltou que o Ministério Público e a Justiça da Venezuela “não permitirão uma escalada” que leve a “embriões de guerra civil” e assegurou que, após os protestos de segunda (29) e terça-feira, há “uma calma tensa” graças aos “tribunais”.
Saab não falou sobre os manifestantes feridos, que foram repelidos por gás lacrimogêneo e balas de borracha por policiais e militares, como pôde constatar a reportagem da Agência EFE em Caracas. Em vez disso, acusou alguns de “crime de simulação [de mortes]” e de “disseminação de mensagens que causam ansiedade e pânico entre a população”.
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