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As chamas do incêndio invadiram uma sala e parte do plenário do Congresso, que tiveram móveis e uma janela queimados | EFE/José Luis de la Cruz
As chamas do incêndio invadiram uma sala e parte do plenário do Congresso, que tiveram móveis e uma janela queimados| Foto: EFE/José Luis de la Cruz

Cerca de 800 estudantes e professores invadiram nesta quarta-feira (12) o terreno do Congresso do Estado de Guerrero, em Chilpancingo, no México, em protesto contra o desaparecimento de 43 alunos da escola normal rural de Ayotzinapa.

Na ação, os manifestantes queimaram cinco carros estacionados ao lado do prédio. As chamas do incêndio invadiram uma sala e parte do plenário, que tiveram móveis e uma janela queimados. O fogo foi apagado pelos funcionários da assembleia.O incêndio ocorreu durante mais um ato na cidade convocado pela Coordenação Nacional de Trabalhadores da Educação em Guerrero (Ceteg), entidade que organiza atos desde o desaparecimento dos estudantes, em 26 de setembro.

Esta é a terceira vez que o Legislativo estadual é atingido por manifestantes. Além dos carros, uma biblioteca e um tribunal de arbitragem foram incendiados. Eles também passaram pelos prédios da Controladoria e da Secretaria de Educação.

A mobilização acontecia enquanto estudantes de Ayotzinapa bloqueavam a estrada entre Chilpancingo e Tlapa, perto da escola normal rural, e normalistas do Estado vizinho de Oaxaca tomaram o pedágio que dá acesso à cidade homônima.

Os estudantes também bloquearam a saída dos ônibus urbanos da cidade. Em Morelia, capital de Michoacán, manifestantes controlam o acesso ao aeroporto da cidade, permitindo o acesso dos passageiros com intervalos de 25 a 30 minutos.

Os protestos ainda foram feitos por mexicanos que foram ao amistoso internacional contra a Holanda em Amsterdã.

O caso

Os 43 estudantes da escola normal rural de Ayotzinapa desapareceram em uma emboscada feita por policiais e traficantes na saída da cidade de Iguala, após fazerem uma atividade de arrecadação de fundos em 26 de setembro.

Os agentes e os criminosos alvejaram os dois ônibus onde estavam os estudantes. Na ação, seis pessoas morreram e outras 25 ficaram feridas. Minutos depois, os 43 alunos sumiram.

A Promotoria acredita que o ataque foi encomendado pelo então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, que teria chamado membros do cartel Guerreros Unidos para se unir à polícia e evitar que os estudantes chegassem a um evento em que lançaria sua mulher, María de los Ángeles, a sua sucessão.

Nesta quarta, a Justiça negou um habeas corpus para a primeira-dama da cidade, que está em prisão preventiva há 40 dias. Ela e o marido foram presos no último dia 4, após ficarem foragidos por mais de um mês.

Já a Procuradoria-Geral enviou para a Áustria restos mortais que foram encontrados no lixão de Cocula, local onde três suspeitos de envolvimento no desaparecimento dizem ter incendiado os cadáveres dos alunos.

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